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Vizinhos denunciam expansão de favela no Morro Azul, no Flamengo

O Morro Azul, no Flamengo, está cada vez menos verde. É o que constata o vereador Pedro Duarte (NOVO) ao acompanhar o surgimento de uma expansão nova da favela na mata. O parlamentar já reúne fotos de uma nova clareira sendo formada após corte de árvores junto a um casebre, que fica na encosta virada para a Rua Paulo VI. “Muitos vizinhos estão preocupados com o crescimento horizontal e vertical da comunidade. Isso precisa ser controlado, sobretudo numa encosta e indo pra cima da vegetação, do meio ambiente. A Prefeitura precisa acompanhar isso mais de perto e atuar rapidamente, aqui e em outros lugares em que isso está acontecendo”, comenta Duarte. A clareira é um óbvio passo para a expansão da favela, ignorado pelas autoridades.

Enquanto isso, um parecer inicial da Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Clima (SMAC), que é comandada pela vereadora licenciada, arquiteta e urbanista Tainá de Paula (PT), diz que as imagens forma analisadas e parece se tratar de “limpeza e retirada de trepadeiras, para melhorar iluminação do local“. O órgão ainda comentou que a patrulha ambiental esteve no no Morro Azul, em duas tentativas nesta semana após o contato do DIÁRIO DO RIO, na tentativa de acesso ao imóvel mencionado na denúncia, mas o local não oferece segurança aos agentes. “A SMAC seguirá com levantamento para identificar o proprietário, assim como dados do imóvel. Caso constatemos algum dano, o mesmo será acionado e responsabilizado“, diz a nota. Enquanto a SMAC procura “o proprietário”, a favela segue em expansão, destruindo a vegetação que caberia a ela defender.

Presença de clareira, que teria surgido recentemente segundo moradores, preocupa vizinhos, mas Secretaria acredita que pode se tratar de trepadeiras arrancadas

Com quase um século de existência, o Morro Azul possuía terras pertencentes a uma Ordem Terceira, que teria vendido terrenos a preços muito baixos. Além do Flamengo, a região compreende também parte dos bairros de Botafogo e Laranjeiras, historicamente foi ocupado de forma bem plural: pessoas com bom poder aquisitivo, cujos lotes ficavam na parte virada para Botafogo, e escravos libertos, financiados pela ex-escrava Chica da Silva, que usavam a região como rota de fuga e até para quilombos.

O espaço no Morro Azul chamado de pedreira, é de preservação ambiental e se encontra, em tese, arborizado após a plantação de mais de 700 árvores, em uma parceria antiga da SMAC com a comunidade. A área virou o Bosque Ecológico Nossa Senhora de Lourdes. Até quando, ninguém sabe.


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