Turismo

Viajante relata como resolveu visitar todos os países do mundo

Crescido na maior metrópole e centro financeiro do Brasil, Lucas Saad se graduou em engenharia civil na USP, com parte do curso realizado na Alemanha, onde morou por pouco mais de um ano.

Ao voltar ao Brasil, iniciou a carreira no setor imobiliário, onde participou da fundação e se tornou um dos sócios e head de desenvolvimento de uma empresa líder no setor de residências estudantis, experiência concomitante com a pós-graduação no Insper em gestão de negócios.

A seguir, um relato da sua transição da carreira como engenheiro para a vida de viajante por todos os países. O perfil dele é o @passaporte201.

“Desde pequeno, apesar de não ter muita familiaridade com livros, eu era apaixonado por um deles. Um presente de Dia das Crianças do meu pai, junto com alguns carrinhos Hot Wheels, que ele achou que ficaria esquecido na prateleira. Mas não. O “Atlas da Turma da Mônica” me fascinou. Aquele livro cheio de bandeiras, mapas e imagens, ilustrando as diferentes culturas e a imensa diversidade do nosso planeta, que de alguma forma conseguiu fazer eu enxergar o quanto o mundo é grande.

E assim eu cresci, tirando ótimas notas em geografia, principalmente quando os assuntos eram focados em geopolítica ou na geografia dos países mais distantes, menos conhecidos. Aquilo me interessava demais. Mas havia uma pergunta que nem as aulas de geografia e nem o atlas conseguiam responder. Quantos países existem no mundo? Continuei por muito tempo com essa dúvida, o que aumentava ainda mais meu interesse.

Em 2012, no primeiro ano de faculdade, ainda não tinha quase nenhuma experiência internacional, mas estava decidido a morar fora porque sabia que precisava explorar. O destino? Olhei o mapa e apontei para o centro do continente europeu. “Se eu morar aqui, tenho certeza de que vai ser bem mais fácil para viajar.”

Em 2015, passei no processo seletivo da minha universidade que me deu uma bolsa de estudos integral e, em junho, no início do verão, com 20 anos, iniciava minha vida na Alemanha.

De todos os quase 400 dias que eu passei fora do Brasil, mais de 30% deles foram fora de casa, em algum lugar da Europa, nos EUA e no Marrocos descobrindo lugares, culturas e pessoas. E, claro, descobrindo a mim mesmo. Foram mais de 15 viagens e mais de 30 países visitados. E como bônus, ainda descobri um sonho: o de fazer isso em escala global. Era o único jeito de explorar aquele atlas de forma presencial.

Ao voltar ao Brasil, apesar de imerso no mercado paulistano, com reconhecimento e mérito pelo bom trabalho que estava entregando, o que me levou a uma carreira próspera no sentido financeiro, lembro de passar os 11 meses que vivia atrás de um computador no escritório pensando e planejando o que eu faria naquele único mês que a empresa me dava de férias.

Em seis anos, foram mais cinco viagens para o exterior, sempre com uma mochila nas costas e poucos planos. Vivendo a vida que eu sempre quis. E, ao voltar, apesar de energizado pelos bons momentos vividos, trazia a pulga atrás da orelha com a indagação do porquê eu tinha de viver outra vida por mais de 90% do meu tempo, para só aproveitar durante um mês. O que me levou a alcançar o estopim da minha carreira.

No fim de novembro de 2021, ao voltar da minha viagem de férias para a Costa Rica e Panamá com meu irmão, fui surpreendido pelo meu sócio com uma proposta de aumento de cargo executivo, acompanhado de um incremento salarial e nas ações da empresa. Consegui fazer minha transição de carreira e neste momento estou no meu país de número 60.”


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