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Venezuela pedirá prisão de Milei por confisco de avião na Argentina

O procurador-geral da Venezuela, Tarek William Saab, anunciou nesta quarta-feira que pedirá à Justiça venezuelana um mandado de prisão contra o presidente da Argentina, Javier Milei, pelo confisco de um avião de carga venezuelano em Buenos Aires. O pedido se estende a irmã do líder argentino e secretária-geral da Presidência, Karina Milei, e a ministra da Segurança, Patricia Bullrich. Saab ainda declarou que abrirá uma investigação sobre supostas violações dos direitos humanos cometidas pelas forças de segurança argentinas durante protesto no país.

A declaração foi feita um dia depois que uma ONG e promotores federais pediram ao sistema judiciário argentino que ordenasse a prisão do presidente venezuelano Nicolás Maduro como parte de um caso de crimes contra a humanidade. A audiência foi assistida por Bullrich.

— [O Ministério Público da Venezuela] anuncia a designação de dois promotores especializados no assunto que estão realizando os procedimentos relevantes no caso e estão processando o mandado de prisão contra os seguintes cidadãos: Javier Milei, presidente da Argentina; Karina Milei, secretária-geral da presidência argentina; e Patricia Bullrich, ministra da segurança argentina — disse Saab em uma coletiva de imprensa.

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Segundo Saab, as autoridades serão acusadas pelos crimes de “roubo agravado, lavagem de dinheiro, privação ilegal de liberdade, simulação de um ato punível, interferência ilegal, inutilização da aeronave e associação criminosa”.

A aeronave — retida em Buenos Aires desde junho de 2022 por ordem judicial durante o governo do esquerdista Alberto Fernández -—foi vendida à Venezuela pela companhia aérea iraniana Mahan Air, sancionada pelos EUA.

Ela foi apreendida pelas autoridades argentinas quando chegou do México com uma carga de peças automotivas. A tripulação — 14 venezuelanos e cinco iranianos — foi detida e posteriormente liberada. Um juiz autorizou que o avião fosse enviado aos EUA, viagem que ocorreu em fevereiro, durante o governo Milei, em meio a alegações de “roubo” de Caracas.

A Venezuela e a Argentina não têm relações desde a contestada reeleição de Maduro, em 28 de julho, sob acusações de fraude da oposição e de parte da comunidade internacional. A relação entre Maduro e Milei é baseada em críticas frequentes e eventuais insultos um ao outro.

Saab também anunciou a abertura de uma investigação sobre crimes contra a humanidade no policiamento de protestos contra o governo argentino, que ele descreveu como “genocídio”.

— Decidimos nomear um promotor público especializado em direitos humanos para realizar as investigações correspondentes [contra Milei e Bullrich] — disse ele. — Eles terão que responder à Justiça. Um Estado pode exercer jurisdição universal.

A Venezuela tem uma investigação aberta no Tribunal Penal Internacional (TPI) por crimes contra a humanidade, motivada por excessos em manifestações da oposição em 2017 que deixaram mais de cem mortos. O governo de Maduro rejeita o processo

As informações são do O Globo.