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Universidade suspende programa após travesti “educar com o c*”

Preocupada com “os prejuízos sociais e de imagem causados”, a Universidade Federal do Maranhão (UFMA) decidiu suspender uma série de eventos após a repercussão negativa de uma dança erótica apresentada durante um evento acadêmico. A performance foi executada pela travesti Tertuliana Lustosa, que é historiadora e ativista.

A UFMA também informou ter instaurado uma sindicância investigativa, para uma “apuração rigorosa dos fatos ocorridos em evento no Centro de Ciências Humanas e amplamente repercutido”.

A suspensão dos eventos do grupo de pesquisa envolvidos no episódio polêmico seguirá até a finalização da sindicância. Confira a nota completa na Universidade ao final da matéria.

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ENTENDA O CASO
A controversa apresentação aconteceu no último dia 17 de outubro, durante o I Encontro de Gênero do Grupo de Pesquisa Epistemologia da Antropologia, Etnologia e Política (Gaep), grupo que tem autonomia para criar seus próprios eventos, segundo a universidade.

Na polêmica dança, Tertuliana, que é vocalista da banda A Travestis, canta a música Educando com o c, enquanto entoa os versos: “No mestrado da p******, vou te ensinar gostoso, dando aula na sua p***. Aqui não tem nota, nem recuperação, não tem sofrimento e se aprende com tesão. De quatro, empino o c*. Educando com o c*”.

Em seu perfil no Instagram, a cantora compartilhou o vídeo e inseriu a legenda: “Convido vocês a conhecer a minha pesquisa: Educando com o c… e entender que a universidade é, sim, lugar de múltiplas formas de conhecimento, inclusive do proibidão. Obrigada pelo convite, Gaep-UFMA”.

Nos comentários do perfil de Tertuliana, porém, muitas pessoas criticaram a performance.

Há pelo menos 15 propostas protocoladas na Câmara dos Deputados contra a apresentação. A maioria das propostas são requerimentos de convocação do ministro da Educação, Camilo Santana, para que ele apresente explicações sobre o ocorrido. Deputados de diferentes partidos buscam ouvir o que o ministro tem a dizer sobre a performance.

Confira a nota oficial da UFMA:
A Universidade Federal do Maranhão informa que instaurou Sindicância Investigativa, nos termos da Portaria GR nº 1208/2024 de 19.10.2024, para apuração rigorosa dos fatos ocorridos em evento no Centro de Ciências Humanas e amplamente repercutido.

Informa, ainda, que oficiou (Ofício 95/2024) à AGU/Procuradoria Federal junto à UFMA, órgão responsável pela assessoria e consultoria jurídica da instituição, por meio de processo SEI 23115.0033332/2024-64, para que adote os procedimentos judiciais cabíveis para resguardar os interesses institucionais, dados os prejuízos sociais e de imagem causados à universidade.

Como medida, também foram atualizados os procedimentos para realização de eventos na instituição, por meio da Resolução n° 331-CONSAD, de 21 de outubro de 2024, e a suspensão dos eventos do Programa e Grupo de pesquisa envolvidos, até que a sindicância seja finalizada.

Por oportuno, a universidade comunica, também, que não foram utilizados recursos da instituição para a realização do evento, haja vista o financiamento ter sido realizado pelo Programa de Apoio a Eventos no País (PAEP)/CAPES.

A UFMA, ao longo de mais de cinco décadas, tem se destacado no cenário nacional e internacional. Atualmente, responde pela maior produção científica do Maranhão; é a décima terceira universidade do país no depósito de patentes e lidera o ranking do estado em vários indicadores da Educação, incluindo graduação e pós-graduação; bem como está presente em rankings internacionais com classificação de destaque.

Por isso, a universidade entende que um ato isolado não pode apagar toda esta contribuição da UFMA para o desenvolvimento científico e tecnológico do país e reitera que repudia, veementemente, quaisquer ações que possam desrespeitar os valores e princípios basilares da instituição.

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