Turismo

Turistas ficam presos por uma hora em elevador após visitar mirante Sampa Sky

No primeiro passeio que fazia no feriado prolongado em São Paulo, a família da carioca Jaline Coutinho Silvério Antunes, 45, ficou trancada por uma hora no elevador do prédio Mirante do Vale, na região central da cidade. Ela estava acompanhada do marido, Marcos, 45, e dos filhos Pedro, 10, e Ana Luísa, 5.

Além deles, outras dez pessoas ficaram presas no elevador. Eles tinham ido visitar o Sampa Sky, mirante com piso e parede e teto retráteis e envidraçados. Marcos tem claustrofobia e chegou a passar mal no elevador. Ele ficou abraçado aos filhos no chão enquanto aguardavam que alguém os retirasse de lá.

O problema teve início por volta das 11h30, quando eles haviam terminado de visitar o mirante. “O elevador mal começou a se mover e já ficou parado. Primeiro disseram que iriam resolver em 15 minutos, depois em meia hora. Acabou que ficamos presos por uma hora”, diz Jaline. Ela e o marido trabalham em produção de vacinas na Bio-Manguinhos.

Quando chegaram no prédio, ela conta que foram informados que teriam de ir de elevador até 44º andar e que teriam de descer dois andares de escada por conta de um problema técnico no equipamento. E assim eles fizeram.

Na saída, eles voltaram ao 44º andar e pegaram o elevador, depois de um funcionário ter informado que poderiam descer nele. Foi quando aconteceu o problema e o grupo ficou preso no equipamento.

O fisioterapeuta Hércules Moraes de Mattos, 45, também estava ficou preso no elevador e reclamou da falta de cuidado com os passageiros. “Não tinha uma câmera dentro do elevador para acompanhar a situação nem wifi para facilitar a nossa comunicação com quem estava fora”, diz.

Nascido no interior paulista, ele mora em Manaus (AM) há 13 anos e costuma aproveitar os feriados prolongados para visitar São Paulo. “Não dá nem para dizer que estava muito cheio, porque a capacidade indicada era para até 23 pessoas e estávamos em 14, sendo duas crianças”, afirma.

Janice conta que a família dela perdeu outros passeios que faria por ter ficado tanto tempo preso no elevador. “Tínhamos planejado ir ao Museu Catavento e almoçar no Mercado Municipal, mas não deu tempo”. Segundo ela, os filhos ficaram bem assustados com a situação. “Vamos tentar ir amanhã nestes lugares, não sei se vamos ter de cancelar outros passeios ou teremos de apertar nossa programação”, comenta.

É apenas a segunda vez que ela visita a cidade e a primeira que traz os filhos. “Chegamos na noite de ontem e a ida para o mirante era o nosso primeiro passeio em São Paulo”, diz. Ela reclamou da falta de um técnico no local para resolver o problema mais rápido. “Estávamos num ponto turístico e é natural que um lugar assim receba mais pessoas no feriado”, comenta.

O Sampa Sky estava com a maioria dos seus horários esgotados ontem e custa de R$ 120 a R$ 180 nas entradas inteiras. A segunda opção é para quem quer ver a vista nas faces Sul/Leste e Norte/Oeste. Na primeira, o consumidor escolhe uma das vistas.

Na manhã desta sexta (31), o Sampa Sky afirmou —por meio de nota assinada pelo sócio Alessandro Martineli— que “lamenta profundamente o ocorrido” e que esteve “ao lado dos seus visitantes durante todo o tempo para tentar amenizar o impacto desta falha no elevador do Condomínio Mirante do Vale”.

“Mesmo que a responsabilidade dos elevadores seja da Atlas Schindler e da administração do condomínio Mirante do Vale prezamos pelo bem-estar dos nossos visitantes”, diz a nota.

O Sampa Sky também destaca que o elevador foi inaugurado há aproximadamente dois meses após um processo total de renovação com troca completa de seus mecanismos.

Já a Atlas Schindler afirmou nesta sexta que o elevador “fez uma parada de segurança, acionada pelo detector de peso” e que o “técnico, ao ser chamado, fez a liberação dos passageiros”. A empresa também disse se solidarizar com as pessoas que ficaram presas e que “oferecer uma viagem segura e confortável a todos os usuários é uma de suas premissas de atuação”.

Construído em meados dos anos 1960, o Mirante do Vale tem 170 metros de altura e foi tido durante décadas como o mais alto da cidade.

Com uso misto, comercial e residencial, o prédio, localizado do vale do Anhangabaú, passou por um processo de requalificação nos últimos anos, com a instalação do mirante, bares e galerias de arte, além do aluguel de unidades para turistas.

(colaborou Nicola Pamplona)

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