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Traficantes do Complexo de Israel ordenam fechamento de igrejas católicas em Brás de Pina

Fachada da Paróquia Santa Edwiges, em Brás de Pina – Foto: Reprodução

As paróquias Santa Cecília e Santa Edwiges, ambas em Brás de Pina, Zona Norte do Rio de Janeiro, tiveram suas missas suspensas neste fim de semana após ordem de traficantes da região conhecida como Complexo de Israel. A informação é da ”Rádio Tupi”. Na favela conhecida pelas bandeiras de Israel, o comando do tráfico é exercido por bandidos narco-evangélicos, adeptos de uma seita pentecostal.

Relatos apontam que motoqueiros armados com fuzis visitaram as igrejas católicas da região – muitas delas quase centenárias – e informaram aos respectivos sacerdotes responsáveis que, a mando de ”Peixão”, líder do tráfico local, as celebrações religiosas, incluindo casamentos e batizados, estavam proibidas de acontecer. Aparentemente, o crescimento da religião católica na região incomoda os bandidos.

Via redes sociais, inclusive, a Paróquia Santa Edwiges informou que os festejos juninos que seriam realizados tanto neste sábado (06/07) quanto no domingo (07/07) também foram cancelados.

”Comunicamos que nosso arraiá está suspenso neste fim de semana. Não teremos Santa Missa e atividades em nossa paróquia também. Igreja fechada. Em breve, retornamos com mais informações”, dizia o comunicado.

Segundo a moradora que se identificou como Heloiza à reportagem do DIÁRIO, a ausência de policiamento na região se tornou a regra, e desde que as forças policiais foram proibidas de atuar por uma controversa decisão do STF, o domínio do tráfico se expandiu de tal maneira que até mesmo no asfalto o acesso de ônibus e automóveis particulares vem sendo controlado é proibido pelos criminosos. “A região se tornou uma grande favela, onde a bandidagem agora quer determinar até mesmo nossa religião. O Rio de Janeiro acabou”, lamenta.

Relatos de moradores dão conta de que é proibido usar camisas com figuras de santos e mártires católicos na localidade, e que as procissões foram proibidas pelo narco-evangélico “Peixão”, que também proibiu a prática de religiões de matriz africana.

O DIÁRIO DO RIO tentou contato com a Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro (ArqRio) para comentar o assunto, mas, até o fechamento desta matéria, não obteve resposta. A reportagem será atualizada caso a ArqRio queira se manifestar

Apesar de termos recebido informações de mais de 10 moradores da região confirmando o ocorrido, o Governo do Estado nos enviou a seguinte nota, que publicamos na íntegra:

Nota

A Secretaria de Segurança Pública do Estado do Rio de Janeiro esclarece que as paróquias Santa Edwiges e Santa Cecília, em Brás de Pina, na Zona Norte da capital, estão abertas e com a segurança reforçada pela Polícia Militar. É importante ressaltar que não houve intimidação ou qualquer tipo de comando de traficantes para fechar as igrejas e que essa informação surgiu de boatos em redes sociais.

As forças policiais do Estado vêm realizando operações na região para retirada de barricadas e para aumentar a segurança da população, rotineiramente, há pelo menos dois meses. O blindado da Polícia Militar está baseado na localidade para evitar a retomada da instabilidade na região, garantindo o funcionamento das paróquias e a segurança dos moradores.

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