Tempestade tropical Beryl ganha força e se torna primeiro furacão da temporada
“Espera-se que Beryl se fortaleça rapidamente e se torne um grande furacão quando atingir as Ilhas de Barlavento na noite de domingo (30) ou segunda-feira (1º), trazendo ventos destrutivos com força de furacão e tempestades com potencial de causar mortes”, afirmou a agência americana.
A chegada antecipada do furacão é incomum: a data média para o primeiro furacão é 11 de agosto. A tempestade foi intensificada pelas temperaturas excepcionalmente quentes dos oceanos, impulsionadas pela poluição por combustíveis fósseis, que aquece o planeta.
Caribe em alerta
Beryl poderá afetar partes das Pequenas Antilhas – a cadeia arqueada de ilhas que formam uma barreira entre o Atlântico aberto e o Mar do Caribe – até o final do fim de semana.
Um alerta de furacão está em vigor para Barbados e foram emitidos alertas de furacão para Santa Lúcia, São Vicente e Granadinas e Granada. Alertas de tempestade tropical foram emitidos para Martinica e Tobago.
Ainda pode levar alguns dias para saber qual será exatamente o caminho do furacão e se ele poderá afetar as costas do México e dos EUA.
Fenômeno raro
É raro que sistemas tropicais se formem e sigam a leste das Pequenas Antilhas em junho. O fato deste ter se formado tão cedo na temporada – e nesta parte do Atlântico – é um sinal da temporada hiperativa de furacões que se aproxima, de acordo com uma investigação de Phil Klotzbach, especialista em furacões e cientista investigador da Universidade Estatal do Colorado.
Normalmente, as temperaturas dos oceanos não são suficientemente quentes nesta região em junho e julho para ajudar os sistemas tropicais a prosperar. Este não é o caso este ano e é uma das razões por trás das previsões recordes para a temporada de furacões nos últimos meses. As temperaturas do oceano permanecem próximas dos máximos, se comparadas com a mesma época do ano passado. Esses níveis são mais comuns em agosto e setembro.
“Beryl encontrou um ambiente com águas oceânicas muito quentes para esta época do ano”, disse o Dr. Mike Brennan, diretor do Centro Nacional de Furacões da Administração Oceânica e Atmosférica Nacional.
“Estas são águas oceânicas que normalmente veríamos em agosto ou setembro, mas agora as vemos no final de junho”, disse Brennan. “É uma espécie de abertura maior do Atlântico tropical profundo para a formação antes de chegarmos ao que seria o pico tradicional da temporada de furacões.”
Águas mais quentes
Essa é uma pequena fatia de um problema maior. As temperaturas dos oceanos em todo o mundo e no Atlântico registaram temperaturas recordes durante mais de um ano, impulsionadas pela poluição causada por combustíveis fósseis, que aquecem o planeta, e em parte pelo El Niño.
Este furacão não está sozinho. Existem outras duas áreas sendo monitoradas pelo Centro Nacional de Furacões, incluindo uma na mesma área do Atlântico onde fenômeno se formou e outra no sudoeste do Golfo do México.
Os dois sistemas tropicais têm baixas probabilidades de se desenvolverem durante a próxima semana, mas dada a ação incomum no início da temporada e as temperaturas favoráveis do oceano, terão de ser observados de perto.
O Centro Nacional de Furacões prevê atividade acima do normal este ano, com 17 a 25 tempestades nomeadas, sendo de 8 a 13 furacões. Entre eles, até 7 poderão ser grandes furacões. “Isso está bem acima da média”, observou Brennan.