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Taxa Selic, carga tributária, crise social e guerra de narrativas patrocinada 

O noticiário diário dos meios de comunicação convencionais, financiados pelos grandes grupos econômicos brasileiros, e sua linguagem rebuscada tem servido para manipular, legitimar e naturalizar as injustiças históricas, e assim agindo, esvaziar o papel das responsabilidades coletivas na promoção de uma sociedade mais igualitária e justa. 

O Diário da Guanabara é uma exceção à essa regra, pois pratica um jornalismo que permite ao seu público leitor se apropriar criticamente do conflito distributivo dominante no Brasil. 

Dominado pela ideologia do rentismo, nosso país é um exemplo vivo de iniquidades. 

Por exemplo, o país cobra valores irrisórios de carga tributária da camada mais rica da população e, ao mesmo tempo, convive numa economia que cresce pouco, em relação ao seu passado e também em relação ao mundo no tempo presente. 

Aqui, ao sul da linha do equador, a crise social se revela permanente. A sobra estrutural de gente no mercado laboral faz com que a força de trabalho possa ser descartada a qualquer momento. Noto que o novo governo de plantão luta para superar tantas amarras e tantas dificuldades. 

Um modo de explicar essa paisagem desoladora é constatar que todos os presidentes, indistintamente, após o Plano Real aplicaram a receita do remédio amargo caracterizada por metas rígidas de inflação (motivo para juros reais muito altos), superávit fiscal (que retira dinheiro do orçamento público dos gastos sociais), liberdade de movimentação de capitais externos e câmbio flutuante (contra câmbio controlado, por exemplo, praticado pela “fábrica do mundo” – a China).

Nossa indústria patina e perde espaço na composição do PIB. Estamos nos especializando em commodities com baixa geração de empregos. 

Por tradição, o andar superior da hierarquia social brasileira, a famosa turma da bufunfa, façamos justiça, aceita os resultados eleitorais e defende com ardor a democracia liberal burguesa, mas não abre mão de comandar o Banco Central (hoje autônomo, em relação à pressão social dos desvalidos). 

Ainda comanda, indiretamente, o Ministério da Fazenda e o Tesouro Nacional, bem como a formulação/gestão do Fundo Público (com apoio do Centrão) priorizando sempre, o pagamento dos encargos da dívida – hoje totalizando 53% da peça orçamentária federal de 2023. 

O novo Arcabouço Fiscal e a primeira fase da Reforma Tributária confirmam nossas afirmativas de manutenção do figurino. Quem controla o dinheiro, controla a economia e controla a política, simples assim. 

A oferta potencial de mercadorias na economia brasileira depende do crescimento da capacidade de produção comandada pela acumulação de capital, esta última centrada na lucratividade real, que em última instância baliza o processo inflacionário, numa economia baseada em grandes oligopólios. Ou seja, quem comanda os aumentos dos preços são as empresas capitalistas, especialmente aquelas com maior poder de mercado. 

Por outro lado, a demanda efetiva depende crucialmente do nível de investimentos privados, bem como do consumo das famílias e dos governos federal, estadual e municipal, tudo isso suplementado pela relação comercial com o exterior.  

Mas quem se arriscaria hoje a apostar na produção quando os juros reais estratosféricos beiram 10% ao ano real? Este é o desafio do governo que começa superando obstáculos. 

*Da D+ NEWS TV com edição da Agência Fonte Exclusiva. Compartilhe este artigo do Diário da Guanabara, o melhor site de notícias do Rio de Janeiro.

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