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Sequestro no Rio termina menos trágico, mas revive caso do ônibus 174

Na Rodoviária do Rio de Janeiro, o fluxo rotineiro de milhares de passageiros foi interrompido por tiros na terça-feira (12/3), que precederam o sequestro a um ônibus com 16 pessoas. Após três horas, o autor se entregou à polícia e os reféns foram liberados. Embora não tenha deixado mortos, o crime reviveu um caso marcante da insegurança pública no Rio, o sequestro do ônibus 174.

O caso em questão ocorreu em junho do ano 2000, no bairro do Jardim Botânico, no Rio. Na época, Sandro Barbosa do Nascimento, armado com um revólver, sequestrou um ônibus com dez pessoas após abordagem da polícia. Horas depois, o criminoso saiu do veículo usando uma refém, a professora Geísa Firmo Gonçalves, como escudo humano.

Foi nesse momento que um policial tentou alvejar o sequestrador, mas errou os disparos. Sandro, então, atirou contra as costas da professora e a matou. Em seguida, ele foi preso e levado a uma viatura, onde foi asfixiado até a morte. A atuação da polícia no caso foi considerada desastrosa.

O caso dessa terça-feira (12/3), por outro lado, terminou com a ação do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) — tropa de elite da Polícia Militar — elogiada pelo governador do Rio, Claudio Castro. “Atuação exemplar das forças de Segurança do Rio de Janeiro. O criminoso que sequestrou o ônibus está preso e os reféns libertados”, afirmou nas redes sociais.

Veja imagens da ação:

O autor, identificado como Paulo Sergio de Lima, de 30 anos, efetuou disparos que atingiram duas pessoas no terminal. Um deles foi socorrido ao Hospital Municipal Souza Aguiar em estado grave, e passou por cirurgia, enquanto a outra vítima foi atendida no posto de ambulatorial da própria rodoviária.


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Após os tiros, o criminoso invadiu um ônibus da viação Sampaio e sequestrou 16 pessoas. Segundo a Polícia Militar, entre os reféns havia idosos e crianças. O sequestro durou cerca de três horas e teve fim após negociações do Bope.

Como mostrou a repórter Bruna Lima, na coluna de Guilherme Amado, Paulo Sérgio de Lima estava em fuga do Rio, desconfiou que seria entregue à polícia e iniciou o sequestro. A ação teria começado após o ônibus em que ele estava retornar à Rodoviária Novo Rio devido a um problema no ar condicionado.

Ainda segundo a coluna, ele é suspeito de balear um traficante do Comando Vermelho na Rocinha e, por isso, tentava fugir para Minas Gerais.

A Rodoviária do Rio de Janeiro recebe mais de 40 mil pessoas diariamente e é o segundo maior terminal rodoviário da América Latina. Diante do sequestro, o terminal precisou ser evacuadao.

Outro caso semelhante

Em 2019, o então governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, comemorou a ação da polícia que terminou na morte de um sequestrador que manteve 39 reféns em um ônibus, na Ponte Rio-Niterói. Willian Augusto da Silva morreu atingido por disparo de um atirador de elite.

“O ideal é que todos saíssem com vida, mas nós tivemos que tomar uma decisão de salvar os reféns. O que nós assistimos foi um trabalho muito técnico da Polícia Militar. Todo tempo eu fiquei monitorando para fazer o meu trabalho como governador e a Polícia Militar, usando os atiradores de elite, escolheu a melhor oportunidade para salvar os reféns. A técnica é da Polícia Militar. Nós nos mobilizamos rapidamente e tentamos evitar o transtorno para a sociedade”, afirmou na ocasião.

À época, após ter a atitude questionada, ele afirmou que estava comemorando o fato dos reféns terem sido salvos.

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