CovidNotícias

Sem apresentar atas eleitorais, Maduro apela à Bíblia: ‘Bem-aventurados os que não viram e acreditaram’

O ditador Nicolás Maduro apelou à Bíblia para comentar o resultado das eleições presidenciais na Venezuela, concluídas sem a apuração total dos votos na madrugada da última segunda-feira, 29. Em transmissão ao vivo, na quarta-feira 31, o chavista rechaçou as denúncias de irregularidades e garantiu ter vencido a disputa contra o opositor, Edmundo González.

No discurso, Maduro leu um trecho de “João 20”. “Estenda a mão, coloque-a ao meu lado e não seja um incrédulo, mas um crente”, pregou o ditador, no Palácio Miraflores. “Então Tomé respondeu: ‘Meu Senhor e meu Deus’. E Jesus lhe disse: ‘Porque você me viu, Tomé, você acreditou. Bem-aventurados os que não viram e acreditaram’. Falei [que entregaria as atas] e alguns acreditaram. E outros tiveram de ver para crer. Bem-aventurados aqueles que acreditaram sem ver.”

O Conselho Nacional Eleitoral (CNE), órgão aparelhado pelo chavismo e equivalente ao Tribunal Superior Eleitoral do Brasil, proclamou a vitória de Maduro, com pouco mais de 51% dos votos, contra 44% de Edmundo González. Somados, os candidatos restantes tiveram quase 5% dos votos.

Ao contrário do CNE, a oposição tornou públicas as atas de apurações independentes. Os documentos mostram que a maioria escolheu Edmundo González: 70%. Maduro, por sua vez, teve menos de 30% da preferência popular.

Os ataques de Maduro à direita internacional

O ditador ainda culpou políticos de direita e o dono do Twitter/X, Elon Musk, pelo caos da Venezuela. A lista de desafetos inclui o ex-presidente Jair Bolsonaro (Brasil) e os presidentes Javier Milei (Argentina), Daniel Noboa (Equador), Nayib Bukele (El Salvador).

“Quantas provas mais temos de apresentar para que vocês digam já basta?”, perguntou o ditador. “A Venezuela tem a sua verdade e venho aqui defender a verdade do meu país. Não tenho medo das mentiras de vocês, vou enfrentá-las com a verdade.”

Ainda de acordo com Maduro, seu objetivo é seguir o caminho do ex-ditador Hugo Chávez. “Se o imperialismo norte-americano e os criminosos fascistas nos obrigam, não tremerei o pulso para convocar o povo a uma nova revolução, com outras características”, advertiu.