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Saiba quem é o empresário com 1 milhão de seguidores que teve 33 carros luxuosos e motos aquáticas apreendidos pela PF

O empreendedor Jonatas Dias dos Santos, cujo número de seguidores nas redes sociais chega a aproximadamente 1 milhão, está sendo investigado pela Polícia Federal por suspeitas de envolvimento em atividades relacionadas a crimes contra a ordem tributária e lavagem de dinheiro.

Santos é o proprietário da Fox Automóveis, uma loja especializada na venda de veículos de luxo localizada em Indaiatuba (SP). Durante a manhã desta terça-feira (12), a PF realizou a operação Latus Actio, resultando na apreensão de 31 carros e quatro motos aquáticas que estavam no estabelecimento.

Além disso, outros três veículos foram encontrados em sua residência. O G1 procurou o estabelecimento para obter um posicionamento, mas não recebeu resposta. No entanto, Jonatas se pronunciou por meio de um vídeo publicado em seu perfil no Instagram.

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“Infelizmente, isso aí não tem o que eu fazer. É uma operação, uma investigação. Por ora, a gente só tem que colaborar com tudo, com investigação, com perguntas, com questionamento. Acaba que eu não tenho muito nem o que falar pra vocês por enquanto […] com a minha parte está tranquilo, está tudo bem”, declarou

“Obviamente, sem dinheiro, sem conta bancária, sem nada. Temos que correr, dar satisfação para cliente de carro que está na loja. Hoje, de 57 carros, nós estávamos com 10 carros consignados. Graças a Deus o número é baixo. Acaba que a gente precisa agora se inteirar no processo, entender tudo o que está acontecendo e, depois, ir tomando as medidas cabíveis judiciais”.

No Instagram, Jonatas compartilha momentos luxuosos. Ele aparece com a família em veículos e casas de alto padrão, além de compartilhar momentos de viagens, com motos aquáticas e pilotando helicóptero.

O empresário já foi investigado pela Polícia Civil em 2019 por aparecer em um vídeo fazendo manobras perigosas com uma Porsche, em Itu (SP). O g1 questionou a Secretaria de Segurança Pública (SSP) sobre o inquérito e aguardava resposta até esta publicação.

Dois mandados de busca e apreensão foram cumpridos contra Jonatas, sendo um na residência e o outro na loja. Além dos automóveis e motos aquáticas, que permaneceram no estabelecimento sob a condição de apreendidos, a PF também apreendeu:

  • R$ 134 mil
  • 2 carros que estavam na casa
  • 7 relógios de marca
  • 1 telefone celular
  • 1 computador
  • documentos

A ação faz parte da operação Latus Actio, que investiga pessoas ligadas a empresas dos setores de entretenimento e autopeças no estado. Ao todo, foram 15 mandados de busca e apreensão em São Paulo, Guarujá, Itu e Indaiatuba.

A operação

O inquérito policial foi instaurado no primeiro semestre de 2022, quando foram identificadas transações financeiras suspeitas envolvendo contas bancárias de pessoas físicas e jurídicas.

Essas pessoas estariam sendo usadas como ‘laranja’ para movimentar e ocultar recursos de origem ilícita e não declarados ao Fisco.

Ainda segundo a Polícia Federal, parte dessas contas estariam ligadas a pessoas com extensa ficha criminal por delitos como tráfico de drogas, crimes contra o patrimônio e organização criminosa.

Bloqueio de bens

Além das buscas, foram bloqueados, aproximadamente, R$ 1 bilhão das contas bancárias dos investigados. Cerca de R$ 60 milhões em bens e imóveis também foram apreendidos.

Investigações

Segundo a PF, na fase atual, as investigações reúnem elementos que provam que os suspeitos praticaram diversos atos para ocultar a origem, destino e natureza de valores movimentados por meio do Sistema Financeiro Nacional.

“As buscas e apreensões realizadas no dia de hoje têm por objetivo robustecer o conjunto probatório dos autos, reunindo novos elementos de prova de crimes contra a ordem tributária, lavagem de dinheiro e outros delitos conexos”, detalha a nota.

Um dos empresários sob investigação recebeu autuação da Receita Federal do Brasil em 2023, sendo penalizado com valores que ultrapassam os R$ 43 milhões. Agora, o órgão planeja iniciar novas ações fiscais, desta vez focadas nas pessoas jurídicas.

Por sua vez, a Fazenda Municipal de São Paulo planeja realizar 21 operações fiscais contra as empresas investigadas no inquérito policial. Isso ocorre devido aos elementos de prova que indicam também a prática de sonegação do Imposto Sobre Serviços (ISS).