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Relatório da PF traça um perfil violento e cruel de Domingos Brazão

Preso como um dos mandantes do assassinato da ex-vereadora Marielle Franco (PSOL-RJ) e do motorista Anderson Gomes, o conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE-RJ) e ex-deputado, Domingos Brazão, é apontado como uma figura de perfil violento.

Em, pelo menos, duas passagens na vida pública, ele demonstrou este perfil. Uma delas na Alerj (Assembleia Legislativa do Rio), durante um embate com a então deputada Cidinha Campos (PDT-RJ). O então parlamentar adotou um tom ameaçador, usando palavras de baixo calão contra a parlamentar.

Cidinha, talvez, tenha sido uma das únicas parlamentares na Alerj a confrontar Brazão diretamente na tribuna e expor a ascensão financeira meteórica do então deputado. 

O segundo episódio demonstra, além do perfil violento, uma vocação natural para o requinte de crueldade. O novo episódio se dá no Tribunal de Contas do Estado (TCE-RJ). De acordo com um trecho do relatório da Polícia Federal no caso Marielle, durante um almoço com outros três conselheiros do TCE-RJ, no auge da pressão da Operação “Quinto do Ouro” em 2017, que resultaria no afastamento e prisão dos conselheiros, Brazão expressou o que faria com o colega José Maurício Nolasco, caso o colega optasse uma delação premiada: 

“Se ele fizer isso ele morre. Eu começo por um neto, depois um filho, faço ele sofrer muito, e por último ele morre”. O episódio foi narrado pelo ex-conselheiro Jonas Lopes de Carvalho no âmbito de uma delação premiada. 

Entenda o caso 

Em 2017, o Ministério Público Federal (MPF) e a Polícia Federal deflagraram a Operação Quinto do Ouro para apurar um esquema de corrupção envolvendo a Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) e o TCE-RJ. 

Por determinação do Superior Tribunal de Justiça (TJRJ), foram presos os Conselheiros Aloysio Neves (à época presidente) o próprio Domingos Brazão,  José Gomes Graciosa, Marco Antônio Alencar e José Maurício Nolasco.

As investigações revelaram que os membros do TCE/RJ recebiam 15% dos valores liberados pelo Fundo de Modernização do Tribunal, mantido com recursos de multas aplicadas sobre gestores públicos, para pagamentos de faturas vencidas de fornecedores de alimentação para presos e adolescentes submetidos a medidas de internação, além de favorecer as empresas de transporte em atos de fiscalização da Corte.

Confira o trecho da delação de Jonas Lopes, transcrito no relatório da Polícia Federal: 

Relatório da PF sobre Domingos Brazão: o perfil do suposto mandante da morte de Marielle Franco.
Foto: Reprodução do relatório da Polícia Federal.

(…) Que estava em almoço em conjunto com os Conselheiros MARCO ANTONIO ALENCAR, JOSÉ GOMES GRACIOSA, ALOYSIO NEVES GUEDES, DOMINGOS INÁCIO BRAZÃO, na sala localizada no 16º andar do prédio do TCE/RJ, localizado na Praça da República, nº 50, quando se iniciou uma discussão entre os presentes a respeito da possibilidade do Conselheiro Nolasco fazer uma colaboração premiada. Que a discussão se iniciou em razão de ter havido publicação na imprensa que um dos executivos da Andrade Gutierrez, Clovis Primo, afirmando (sic) que pagou vantagens indevidas ao Conselheiro Nolasco; Que a publicação da notícia deixou Nolasco muito nervoso e alterado, tendo os presentes no almoço cogitado a possibilidade do mesmo celebrar acordo de colaboração premiada; Que DOMINGOS BRAZÃO então afirmou “Se ele fizer isso, ele morre. Eu começo por um neto, depois um filho, faço ele sofrer muito, e por último ele morre”; Que o Colaborador sentiu-se bastante atemorizado com essa ameaça feita por Brazão; (…)”.

*Da Agência Fonte Exclusiva. Compartilhe esta notícia do Diário da Guanabara, o melhor site de notícias do Rio de Janeiro.

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