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Reajustes e fatores climáticos impulsionam IPCA, diz professor da Mackenzie

*Por Rubens Moura

Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontam que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu mais do que o esperado. De acordo com o professor de Ciências Econômicas da Faculdade Presbiteriana Mackenzie Rio, Rubens Moura, além das correções anuais, outras causas podem interferir na elevação do indicador.

“Para a inflação de janeiro deste ano, o mercado esperava uma variação de 0,30% a 0,33%, mas o patamar foi de 0,42%. Os picos ocorrem em função de reajustes de contratos, impostos, taxas e serviços que podem afetar os planos de saúde, mensalidade escolar, transporte público e outros setores”, explica.

Ele indica que as questões ambientais podem modificar os resultados da pesquisa econômica.

“A agricultura depende das janelas do planejamento para colheita da safra. Porém, devido às mudanças climáticas, o volume de chuva e as altas temperaturas, sobre a influência do El Niño, alguns itens como o feijão, soja, batata inglesa, arroz estão com os valores acima da média”, elenca.

Moura também coloca em destaque itens como açúcar, que é utilizado na produção de combustíveis, e o ramo de alimentos e bebidas com números elevados. Por outro lado, houve o encolhimento no preço de alguns produtos.

“As únicas quedas foram no transporte de 0,65% e nas passagens aéreas de 15,5%. No mês de setembro, a tarifa dos voos apresentou um crescimento e o recuo iniciou em fevereiro. Já para o mês de março os tributos poderão contribuir para oneração e aumento dos combustíveis”, afirma.

O professor esclarece que as mudanças no cenário global e interno podem influenciar as taxas nos próximos meses.

“A previsão é de uma inflação mais baixa se comparada ao ano passado, em função da queda no preço das commodities. Essa redução atrapalha o crescimento do PIB, renda, consumo, demanda agregada, além de contribuir para o acúmulo de estoque e contração nos preços”, relata.

Segundo o especialista, o déficit primário do governo está maior e as consequências podem contribuir para expectativas desfavoráveis como o acréscimo dos indicadores inflacionários.

“Se as contas estiverem em ordem, o mercado pode enxergar um parecer favorável para criar um ambiente empresarial mais propenso à captação de recursos. Por outro lado, quando o governo está com dívidas, ele terá que adotar algumas medidas. Incrementar a arrecadação e cortar os gastos estão entre as alternativas. As dificuldades surgem com a adição dos impostos que podem incidir sobre o compra dos consumidores, além do aumento da carga tributária, que pressiona a economia”, conclui.

Sobre o autor

*Rubens Moura é professor de Ciências Contábeis da Faculdade Presbiteriana Mackenzie Rio, uma instituição de ensino confessional presbiteriana, filantrópica, que se dedica às ciências sociais aplicadas.

*Da Agência Fonte Exclusiva. Compartilhe esta reportagem do Diário da Guanabara, o melhor site de notícias do Rio de Janeiro.

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