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Quem é Adilsinho, dono de time e chefe da máfia de cigarros no Rio

Conhecido como Adilsinho, Adilson Oliveira Coutinho Filho é apontado como um dos principais responsáveis pela máfia do monopólio dos cigarros ilegais no Rio de Janeiro. E também tem envolvimento com a contravenção por meio do jogo do bicho.

Informações reveladas pelo RJ2, da TV Globo nessa segunda-feira (1º/4), mostram que o grupo liderado por ele tem se expandido e controla ao menos 45 dos 92 municípios do estado.

Em duas operações recentes realizadas pelo Gaeco (órgão do Ministério Público do Rio) e pela Polícia Federal – Smoke Free, de novembro de 2022, e Fumus, em junho de 2021 –, quase 70 mandados de prisão foram expedidos pela Justiça. Entre os alvos, estavam Adilsinho e Cláudio Coutinho de Oliveira.

Mundo da contravenção

Ele é apontado como controlador de parte do jogo do bicho em uma área importante da Região Metropolitana do Rio. Recentemente, ele teria ampliado os negócios tomando áreas da zona sul, centro e zona norte da capital, que eram controladas pelo bicheiro Bernardo Bello, foragido e sem força no cenário.

No meio da contravenção, ele defende a criação de uma “nova cúpula” do jogo do bicho. Assim como os antigos bicheiros, quer uma escola de samba pra chamar de sua. No mês passado, ele assumiu a presidência de honra do Salgueiro.

O contraventor é citado no documentário “Vale o Escrito”, da Globo, e está ligado a Rogério de Andrade, da Mocidade Independente de Padre Miguel.

Um diálogo interceptado pela polícia indica, segundo investigados, o poder do chefe no mundo do bicho e sua influência no negócio dos cigarros ilegais.

“Jogo de bicho, contravenção é família. É máfia. Maior máfia do Brasil. Não entra ninguém de fora”, diz um dos homens apontado como comparsa do grupo.

“O cara tem uma moral do caralh*. Ele [Capitão Guimarães], quando entrou [na contravenção]”, lembrou Adilsinho, “saiu matando os bicheiro todinhos [risos]”, responde outro.

Na conversa apreendida pela polícia no celular de José Ricardo Simões, acusado de envolvimento na morte de Marquinhos Catiri, rival de Adilson Oliveira Coutinho Filho, também há falas sobre a ambição da máfia do cigarro e que o produto ilegal não interessa aos bicheiros da velha guarda, como Capitão Guimarães.

“Capitão Guimarães não se mete nisso, não, no cigarro. É tudo de Duque de Caxias”, diz.

Caxias é uma referência a Adilsinho, segundo a polícia – o bicheiro controla parte do jogo no município da Baixada.

No ano passado, seguranças do contraventor foram alvo de uma operação por suspeita de participação em oito homicídios, no Rio e no Maranhão. Entre os crimes, está o assassinato de Catiri. Vários dos investigados são policiais.

Ligação de Adilsinho com o futebol

A receita para a notoriedade de Adilsinho também inclui luxo e futebol. O Clube Atlético Barra da Tijuca foi fundado por ele em 2010. A agremiação chegou a disputar divisões inferiores do campeonato estadual.

No clube, além de fundador, ele atuou como jogador e batedor oficial de pênaltis.

Festa de luxo

Em 2021, durante a pandemia de Covid-19, o chefe promoveu uma festa de luxo no Copacabana Palace. Na ocasião, ele chamou a atenção pela aglomeração, em tempos de distanciamento social, e pela lista de convidados ilustres.

No convite da festa de 51 anos, foi usada a trilha do filme “O Poderoso Chefão”, que retrata a máfia italiana. Participaram da comemoração famosos como Ludmilla, Gusttavo Lima, Alexandre Pires e Mumuzinho, que foram contratados para cantar no evento. Segundo apuração da TV Globo, a festa custou R$ 4 milhões.

Procurada pela emissora, a defesa do suspeito alegou inocência.

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