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Produtores rurais criam o “Abril Amarelo” em protesto ao “Abril Vermelho” do MST

Com o início do “Abril Vermelho” e a intensificação das invasões de terras pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) em todo o país, produtores rurais do grupo “Invasão Zero” iniciaram uma campanha no dia 1° de abril, chamada de “Abril Amarelo”, com o objetivo de proteger suas terras.

O grupo tem aproximadamente 35 mil produtores, sendo distribuídos nos estados da Bahia, Pernambuco, Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Rondônia, Tocantins, Pará, Espírito Santo, Minas Gerais e Rio Grande do Sul.

“Iniciamos o ”Abril Amarelo” em todos os estados em que temos influência, para que todos os produtores se organizem. Essa é uma resposta.” Espero que isso possa conter e evitar as invasões que eles (MST) tanto apreciam em abril”, afirma Luiz Uaquim, um dos líderes do movimento Invasão Zero.

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A ação em questão deixou o MST profundamente insatisfeito. O diretor nacional do MST na Bahia, Evanildo Costa, chamou esse grupo de “milícia rural”, além de acusar os mesmos de propagarem informações falsas e utilizarem armas de fogo, conforme relatado pelo próprio Evanildo Costa ao O Globo.

“O Abril Vermelho é um momento de resistência e de reivindicação dos camponeses sem terra”, disse Stédile. Estamos preparados para aumentar nossas ações e ocupações de terras como forma de pressionar o governo a implementar políticas efetivas de reforma agrária. Além disso, Stédile disse que o grupo está se preparando para novas “ocupações” de terras, com o objetivo de pressionar o governo Lula. 

Esse termo, “Abril Vermelho”, teve origem a partir do Massacre de Eldorado dos Carajás, que ocorreu em 1996, quando 19 sem-terra morreram no Pará. Desde o ocorrido, o MST passou a dedicar esse mês à memória desses eventos, transformando-o em um período de invasões de propriedades e mobilizações em todo o país. Diversas dessas mobilizações resultaram em confrontos com a polícia ou em episódios de violência no campo, inclusive com a morte.