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Prefeito de Taboão passa por cirurgia para tirar fragmentos de bala após atentado

Uma semana após ser alvo de um ataque a tiros, o prefeito José Aprígio da Silva (Podemos), candidato à reeleição em Taboão da Serra, na Grande São Paulo, passou por uma cirurgia para retirar três fragmentos de bala do corpo, segundo informou sua assessoria de imprensa.

“Exames de imagem indicaram a presença de fragmentos metálicos e um hematoma significativo na área do peito, sendo necessária a cirurgia [nesta sexta (25)] para identificar e corrigir a fonte de sangramento, remover os fragmentos e drenar o hematoma”, disse em nota.

De acordo com o comunicado, o procedimento foi realizado na mão esquerda e na região da clavícula esquerda e foi bem-sucedido, mas outros fragmentos que ainda estão em seu corpo não puderam ser retirados até o momento.

Aprígio segue em observação no Hospital Albert Einstein, na capital paulista, para prevenir complicações, e está passando por exames pós-cirúrgicos para avaliar a possibilidade de alta. “Seu estado é estável, e ele continuará sob cuidados médicos”, afirmou sua assessoria.

A última informação sobre seu estado de saúde havia sido divulgada na terça-feira (22), apontando que o político já havia sido transferido da UTI (Unidade de Terapia Intensiva) para um quarto e seguia em recuperação.

Em novo vídeo publicado nas redes sociais neste sábado (26), o prefeito informou sobre a cirurgia e agradeceu as manifestações de apoio. “O que aconteceu comigo foi um choque para mim e principalmente para a minha família”, afirmou, acrescentando que esse “foi o pior momento” de sua vida.

Ele também disse que mentiras foram divulgadas após o atentado. “Mas isso só mostra quem são eles e quem nós somos. Meus inimigos vocês conhecem. E minha luta é contra o crime. Tenho fé em Deus que a polícia vai encontrar todos os culpados”, declarou, pedindo votos nas eleições deste domingo (27).

Em uma postagem no Instagram, o candidato Engenheiro Daniel (União Brasil), adversário de Aprígio no segundo turno, endossou um vídeo em que o jornalista Alexandre Garcia colocava o atentado em dúvida. “A quem interessa esse atentado? Eu acho que não interessa ao adversário [Daniel], que está ganhando, só valorizaria o atual prefeito, como vítima”, disse Garcia.

O prefeito foi atingido na região do ombro por disparos de fuzil, no último dia 18 de outubro, enquanto se dirigia a uma entrevista após visitar bairros de Taboão afetados pelas chuvas. Seu carro foi interceptado na rodovia Regis Bittencourt.

A Polícia Civil anunciou nesta quinta-feira (24) ter identificado quatro suspeitos de envolvimento no crime, sendo que três estariam na ação. Um deles, identificado como Gilmar de Jesus Santos, está preso, e os outros dois, Jefferson Ferreira de Souza e mais um não identificado, estão foragidos.

Um outro mandado de prisão foi solicitado para um quarto suspeito, mas a polícia não passou detalhes sobre ele ou sobre qual seria seu envolvimento no crime.

Os delegados disseram que o caso é prioridade, levando em consideração a gravidade do crime, cometido próximo às eleições, e afirmaram que o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), tem acompanhado de perto as investigações.

Aos 72 anos, Aprígio disputa o segundo turno das eleições em Taboão da Serra contra Daniel, que terminou a primeira rodada com 48,98%, contra 25,93% do atual prefeito.

O cenário é uma repetição da eleição de 2020, quando ambos também foram ao segundo turno juntos. Na ocasião, o atual prefeito venceu de virada e com uma margem apertada: apenas 1.700 votos a mais que o adversário, em um universo de 153 mil eleitores.

Segundo levantamento da Unirio (Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro), as eleições de 2024 tiveram um número recorde de casos de violência política. Ao menos 338 deles ocorreram de julho a setembro deste ano, mais da metade envolvendo violência física.

Esses tipos de caso são persistentes na história recente de Taboão. De acordo com a pesquisa, a cidade registrou ao menos três episódios desde 2021, incluindo o assassinato de um assessor da prefeitura e o ataque contra Aprígio.

O município tem o quinto maior índice de assassinatos por 100 mil habitantes do estado de São Paulo, segundo o Atlas da Violência de 2024.

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