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Prefeito de Fortaleza exonera secretários que declararam voto no PT contra bolsonarista

O prefeito de Fortaleza, José Sarto (PDT), exonerou nos últimos dias secretários e funcionários comissionados que declararam apoio a Evandro Leitão (PT) na disputa de segundo turno contra o bolsonarista André Fernandes (PL). Sarto ficou na terceira colocação, com 11,75% dos votos.

Foram demitidos Rennys Frota e Pedro França, que eram secretários regionais (cargo equivalente ao de subprefeito), e Francisco Ibiapina, titular da pasta de Direitos Humanos e Desenvolvimento Social, além de funcionários comissionados indicados por eles para ocuparem cargos na prefeitura.

A exoneração acontece em um momento de racha no PDT de Fortaleza. Seis vereadores do partido declararam apoio a Fernandes, que aparece tecnicamente empatado com Leitão no segundo turno, de acordo com pesquisa Datafolha.

Procurado via assessoria de imprensa, Sarto diz que “não há motivação eleitoral para as demissões”. Em nota, cita que a secretária de Educação, Dalila Saldanha, declarou voto ao petista e “segue no cargo com todo apoio”.

“Da mesma forma, outros titulares de cargos de confiança também se manifestaram publicamente em favor de ambas as candidaturas e seguem nas funções. São cargos comissionados de confiança e de livre nomeação do prefeito, que declarou neutralidade no segundo turno e mantém o posicionamento”, diz a nota.

Candidato ao governo do Ceará derrotado em 2022, Roberto Cláudio fez campanha ao lado do bolsonarista em evento nesta semana, ostentando um adesivo com o número 22, do PL, colado na camisa.

A repercussão negativa levou o presidente em exercício do PDT, André Figueiredo, e o ministro Carlos Lupi (Previdência Social) a gravarem vídeos em apoio a Leitão. Um dos exonerados, Ibiapina, é aliado de Figueiredo.

Sarto, oficialmente, declarou neutralidade no segundo turno e disse que as lideranças ligadas ao seu grupo poderiam “estabelecer diálogos para a construção de caminhos e propostas para a nossa cidade”.

“Após o momento de neutralidade, no qual nosso prefeito tinha disponibilizado a neutralidade para que fizéssemos as escolhas, nós fizemos as escolhas, mas pelo visto não era a que eles queriam”, afirma Pedro França ao Painel.

“Era o passo que a gente tinha que dar. Acredito muito que na política quem tem valor é quem tem lado. Acho que a gente é fruto das decisões que a gente toma, não me arrependo em momento algum. Isso só mostra desespero e inexperiência, por incrível que pareça, de alguns políticos que ainda estão em ascensão na nossa cidade”, completa.

Frota, por sua vez, diz que é natural que pessoas que não fazem parte da mesma corrente política fiquem de fora da gestão, mas ressalta que considera diferente o que aconteceu com o grupo.

“A gente tomou uma posição política e foi exonerado”, afirma.

Ibiapina, que trabalhou com André Figueiredo quando ele foi ministro das Comunicações do governo Dilma Rousseff (PT), disse que, na segunda-feira (14), teve uma reunião pela manhã na Secretaria de Governo na qual manifestou a intenção de apoiar Leitão. “Disse que até o final da tarde sinalizaria essa minha posição. Mas antes que eu me posicionasse sobre a saída voluntária, veio a exoneração.”

Ele disse ainda ter notícias de outros secretários envolvidos na candidatura do André Fernandes. “Mas esses não foram afastados. Não tenho como lhe dizer com certeza se esse foi o motivo”, conclui.


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