PF pediu afastamento do prefeito de João Pessoa em operação, mas Justiça negou
A Polícia Federal chegou a pedir o afastamento do cargo do prefeito de João Pessoa, Cícero Lucena (PP), que tenta a reeleição, no âmbito de uma investigação sobre envolvimento de facções criminosas na capital paraibana e aliciamento violento de eleitores.
O pedido, no entanto, foi negado pela Justiça.
Candidato à reeleição, Cícero obteve 49,16% dos votos no primeiro turno. Neste domingo (27), ele disputa o segundo turno com o ex-ministro da Saúde Marcelo Queiroga (PL), que recebeu 21,77%.
Em maio, a operação Mandare investigou a relação entre a prefeitura de João Pessoa e uma facção local que atua no tráfico de drogas. A ação apontou que um dos líderes da organização negociou cargos na prefeitura e teve como contrapartida acesso livre a comunidades.
Em setembro, a terceira fase da Operação Território Livre terminou com a prisão da primeira-dama de João Pessoa, Lauremília Lucena, e de Tereza Cristina Barbosa Albuquerque, que atuava como assessora da esposa do prefeito.
A investigação apura suspeitas de aliciamento violento de eleitores em comunidades de João Pessoa controladas por facções criminosas.
Há indícios de um possível esquema criminoso em que integrantes da prefeitura viabilizavam a nomeação de servidores comissionados indicados por membros de facções. Em contrapartida, o grupo do prefeito receberia o apoio político e controle de territórios nas eleições.
No documento no qual pediu o afastamento, a PF escreveu que ainda “que não se tenha elementos quanto à participação direta do prefeito Cícero Lucena, não se pode obstar que a principais interlocutoras são sua
cônjuge e filha.”
A Justiça Eleitoral, no entanto, negou o pedido, dizendo que “não se mostra aconselhável, uma vez que o candidato referenciado não figura como investigado”.
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