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PF descobre que Abin usava malware para espionagem


A Polícia Federal prendeu na sexta-feira (20) dois servidores da agência suspeitos de rastrearem celulares e, no material apreendido na mesma operação, encontrou outro tipo de ‘arapongagem’, por meio de programas invasivos.

A Agência Brasileira de Inteligência (Abin) é investigada por suposto esquema de espionagem de computadores. As apreensões feitas na operação para apurar a conduta de servidores da agência revelaram um outro esquema clandestino de invasão em massa de computadores. As informações da TV Globo.

Os investigadores encontraram no material recolhido – e sob análise – outros dispositivos invasivos, que estavam sendo utilizados para invadir computadores. A ferramenta de invasão por meio de um malware acessa todo o conteúdo dos computadores, segundo fontes. A intrusão clandestina pode se dar via disparo de um e-mail, por uma mensagem de texto, por WhatsApp web, por exemplo, e por acesso físico ao computador (pen drive).

A vítima infectada não sabe que a invasão ocorreu. E imediatamente todo conteúdo do computador passa a ser acessado pelos espiões.

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Investigadores se aprofundam na descoberta de agora para decifrar melhor quantos computadores foram infectados e espionados. E quem foram os alvos.

As informações em relação a isso seguem sob sigilo para não atrapalhar os desdobramentos das apurações sobre estes sistemas ilegais de espionagem feitos por servidores e ex-servidores da Abin.

Na última sexta-feira (20), a Polícia Federal (PF) revelou que um sistema de geolocalização da Abin para dispositivos móveis, como celulares e tablets, teria sido usado em monitoramentos ilegais por servidores mais de 30 mil vezes em dois anos e meio. Entre os alvos da espionagem irregular estariam ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), jornalistas, políticos e adversários do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Dois servidores da Abin foram presos: Rodrigo Colli e Eduardo Arthur Yzycky. A investigação da PF revelou que ambos sabiam das ilegalidades e teriam coagido colegas para evitar processos administrativos disciplinares. A demissão deles foi publicada no Diário Oficial da União (D.O.U.) ainda na sexta-feira.

Segundo a Casa Civil da Presidência da República, eles foram desligados do serviço público por participar de gerência ou administração de sociedade privada, por exercer o comércio e por improbidade administrativa.

A PF também cumpriu 25 mandados de busca e apreensão no Distrito Federal, em São Paulo, em Santa Catarina, no Paraná e em Goiás. Os agentes encontraram mais de US$ 171 mil em espécie na casa de um dos suspeitos, em Brasília. Além disso, o ministro do STF Alexandre de Moraes determinou o afastamento de outros cinco funcionários da Abin.