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PF abre procedimento para apurar falas de Elon Musk contra Moraes

A PF (Polícia Federal) instaurou um procedimento para apurar as falas do dono do X (ex-Twitter), Elon Musk, contra o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes.

O procedimento faz parte da decisão do ministro de incluir Musk como investigado no inquérito das milícias digitais, protocolado em julho de 2021 e que investiga grupos por condutas contra a democracia.

Além disso, Moraes determinou a instauração de um novo inquérito para apurar as condutas do empresário em relação aos crimes de:

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  • obstrução à Justiça;
  • organização criminosa; e
  • incitação ao crime.

Segundo Moraes, o empresário do X iniciou uma “campanha de desinformação sobre a atuação do Supremo Tribunal Federal e do Tribunal Superior Eleitoral” no sábado (6.abr) que foi reiterada no domingo (7).

Fala em “abuso de poder econômico” por parte de Musk para tentar “manipular a opinião pública”. Já a plataforma é acusada de “induzir a manutenção de condutas criminosas praticadas pelas milícias digitais” investigadas em inquérito de mesmo nome.

MUSK X MORAES

Os comentários aos quais o presidente do TSE se refere começaram na madrugada de sábado (6.abr). Elon Muskperguntou por que o ministro “exige tanta censura no Brasil”.

O bilionário sul-africano se manifestou na sequência das acusações feitas pelo jornalista norte-americano Michael Shellenberger na 4ª feira (3.abr), que divulgou o que chamou de Twitter Files. Segundo Shellenberger, o ministro tem “liderado um caso de ampla repressão da liberdade de expressão no Brasil”.

As críticas escalaram o tom e Musk disse que pensa em fechar o Twitter no Brasil e que divulgará as exigências de Moraes que violam leis. O empresário também falou em reativar os perfis que foram bloqueados pelas decisões judiciais, além de ensinar os usuários a usar VPN (rede privada virtual, em português), que permitir navegar de maneira oculta e contornar alguma proibição judicial.

Musk ainda chamou o ministro de“tirano”, “totalitário” e “draconiano”, dizendo que deveria“renunciar ou sofrer um impeachment”.

Em nota oficial, o X disse que vai recorrer à Justiça por acreditar que as determinações judiciais de bloquear contas “não estejam de acordo com o Marco Civil da Internet ou com a Constituição Federal do Brasil”.