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Pedidos de demissão crescem 14% e chegam a 4,2 milhões no primeiro semestre

No ano passado, 7,3 milhões de pessoas pediram demissão. O número foi 7% a mais que o registrado no mesmo ano de 2022. Mas, neste ano, o movimento também segue forte e já foram 4,259 milhões de pedidos de demissão de janeiro a junho, um aumento de 14%, segundo pesquisa realizado pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE)
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Se o ritmo for mantido, o ano poderá terminar com novo recorde.

O mercado de trabalho mais aquecido facilitou a mudança de emprego. Em 2010, outro período de grande mobilidade laboral, 4,6 milhões de pessoas pediram demissão ao longo do ano. Isto significa que os dados obtidos em 2023 representam um aumento de 60,8% nos pedidos de demissão em relação a 2010.

Ainda, no meio do ano de 2024, o resultado é praticamente o mesmo de todo o ano de 2010.

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Entre os “Motivos dos Desligamentos a Pedido”, feito pelo MTE, a busca por um salário mais alto ainda é a grande motivação de saída de empregados com carteira assinada. Contudo, a procura por reconhecimento, menos estresse, um chefe com quem se relacionar melhor e até encontrar uma empresa com valores mais alinhados aos seus também entraram na lista de motivos dos pedidos neste ano.

A sondagem do ministério tinha como objetivo coletar informações sobre as motivações das pessoas que solicitam desligamento, buscando caracterizar a situação entre 3,77 milhões de trabalhadores que pediram demissão de novembro de 2023 a abril de 2024.

A Carteira de Trabalho Digital foi o principal instrumento para fazer o levantamento. 

O questionário foi enviado para  951 trabalhadores, acessavam pelo aplicativo de celulares ou internet.

No total, 70.963 responderam ao questionário, mas nem todos admitiram o pedido de demissão, mesmo ele estando registrado na base do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). Apenas 53,7 mil confirmaram a solicitação.

58% das pessoas disseram que conseguiram salário maior. O melhor mês foi em abril, quando 62% dos que pediram demissão foram recontratados ganhando mais. O levantamento ainda mostrou que entre as mulheres que pediram demissão, 29% citaram o adoecimento mental provocado pelo estresse do trabalho, percentual acima dos citados pelos homens, que chegou a 18%.

Cerca de 36% dos respondentes estão em São Paulo, 23% Região Sul e 20% nos demais estados do Sudeste.

Diante desse cenário de aumento de demissões, é essencial que as empresas abram o olho sobre suas estratégias de retenção de talentos, segundo a chefe do RH do Will Bank, Luiza Gomide. “Embora isso não substitua a necessidade de uma política de remuneração competitiva, sabemos que salário já não é mais o único fator para garantir a retenção e a felicidade dos colaboradores”.