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Para especialistas crise na família e na escola são as principais causas da criminalidade

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No último sábado, dia 13, foi realizado o Fórum Rio Segurança e Educação, no hotel Ibis Barra da Tijuca. O objetivo do encontro foi pensar o atual cenário das áreas de Segurança Pública e Educação fluminenses à luz da Doutrina Social da Igreja Católica, apresentando alternativas e soluções para os gargalos atualmente existentes que colocam o Estado, especialmente a capital em uma recorrente iminência de guerra civil.

Ao todo, foram dez palestras sobre os mais variados temas perpassados por uma questão: Como o Rio de Janeiro chegou à degradação social atual? Nas apresentações foram apontadas possíveis causas para a crise no sistema educacional brasileiro fluminense, que mais deforma do que forma os seus alunos, apesar dos investimentos estratosféricos.

Segundo os palestrantes, a base da crise da educação estaria na crise da família e da capacidade de estabelecimentos de laços sociais fortes e baseados na ética. Lares chefiados apenas por mulheres, homens que não assumem as posições de pais e de conjugues, mães que não são mães, e mulheres que não são esposas; carência ou ausência de atores que interpretem papeis sociais tão importantes acabam gerando crises que ultrapassam as portas dos lares e dinamitam os alicerces da sociedade, com falta de modos, baixa resiliência e falta de ética.

Como a base da sociedade é família e, posteriormente, o sistema escolar, quando ambos falham, especialmente a primeira, os índices de criminalidade explodem. Boa parte da mão de obra empregada pelo tráfico de drogas no Rio de Janeiro é de adolescentes e jovens. As razões para a entrada dessa população na vida criminosa não podem ser explicadas simplesmente pela pobreza.

Nas palestras “O Papel da Família na Educação” e “Os desafios da educação no Brasil”, ministradas pela advogada ligada aos Direitos Humanos Lília Nunes, e o professor João Malheiro, respectivamente, o ponto fundamental foi a crise ética da família através da negação dos laços parentais. Contexto que gera crianças desorientadas social e emocionalmente e com baixa capacidade de aprendizado. Segundo os palestrantes, mesmo quando provenientes de famílias pobres, os pequenos conseguem superar as adversidades se os pais ou responsáveis se mostram atentos ao seu cotidiano, exercendo autoridade sobre elas. Onde há falta de autoridade, orientação e amor, a crise está instalada.

No que diz respeito ao aspecto formal da educação, o advogado e ex-presidente do Centro Dom Bosco, Pedro Afonseca, tributou à supressão da Companhia de Jesus das funções educacionais de Portugal pelo Marquês de Pombal a decadência da qualidade educacional não somente no território lusitano, mas em todos os países sob o domínio da Coroa Portuguesa. O ensino que era humanístico e integral, orientado por uma visão transcendental, passou então a ser apenas técnico e voltado para as satisfações mundanas.  

Outra palestra a ser destacada foi a do procurador de Justiça Criminal, o professor Marcelo Rocha Monteiro que destacou a violação dos limites funcionais por alguns ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), que de guardiões da Constituição Federal passaram a intérpretes e legisladores, ultrapassado as atribuições do Congresso Nacional. Como exemplo, o professor Marcelo citou a ADPF 365 ou ADPF das Favelas, que impôs uma série de restrições às operações policiais durante a pandemia de COVID-19. Os resultados da medida podem ser sentidos no Estado do Rio atualmente, com a intensificação armamentista por parte dos bandidos e com a migração de criminosos de outros estados para o território fluminense.

O Encontro também contou com as participações do Deputado Estadual Márcio Gualberto; professor Eduardo Vieira; delegado Federal Alexandre Ramagem; Policial Rodoviário Federal Otávio Gabrich; engenheiro Newton Greco; e o policial da CORE (Coordenadoria de Operações e Recursos Especiais), Fabricio Oliveira.

Em breve, o conteúdo do encontro estará disponível na página @forum_rio e no YouTube @forumrio.

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