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Países árabes condenam ataques de Israel em Gaza e culpam o Ocidente

Por unanimidade, os participantes da cúpula extraordinária conjunta da Liga dos Estados Árabes (LAS) e da Organização de Cooperação Islâmica (OIC) concluíram que o apoio dos países ocidentais aos ataques de Israel à Palestina é responsável pelo desastre humanitário na Faixa de Gaza.

As Forças Armadas de Israel promovem ataques sistemáticos contra civis, hospitais, escolas e residências, utilizando armas proibidas pelas convenções internacionais, como bombardeios utilizando fósforo branco. 

O número de vítimas na Faixa de Gaza já passa de 11 mil pessoas, sendo que mais de 70% são crianças, idosos e mulheres. O encontro que reuniu representantes de 57 nações árabes foi realizado neste sábado (11), em Riad, capital da Arábia Saudita.  

Os países também defenderam que é necessário interromper as operações militares de Israel o mais rápido possível, organizar a entrega de ajuda à população pacífica e criar mecanismos de segurança funcionais.

As declarações públicas dos árabes foram duras, chamando os países ocidentais de cúmplices diretos da “agressão israelense”. 

O presidente palestino, Mahmoud Abbas, por exemplo, culpou diretamente os Estados Unidos pela falta de uma solução política para o conflito no Oriente Médio.

 “Vamos processar criminosos de guerra em tribunais internacionais, e os Estados Unidos serão responsabilizados pelo fracasso em resolver [a crise]”, disse Abbas.

O presidente iraniano, Ebrahim Raisi,  expressou uma opinião semelhante: “Os Estados Unidos estão constantemente enviando uma mensagem ao Irã e a alguns outros países de que o escopo da guerra não deve ser expandido, mas esta declaração não está alinhada com as ações dos EUA. Os Estados Unidos bloquearam o cessar-fogo em Gaza e estão expandindo o escopo da guerra.”

O presidente turco, Tayyip Erdogan, lamentou que “os países ocidentais, que sempre falam sobre direitos humanos e liberdades, permaneçam em silêncio diante do assassinato contínuo de palestinos”. Ele disse: “O Ocidente e Israel, que se comporta como uma criança mimada deste Ocidente, devem compensar os danos, a destruição causada aos palestinos”.

Fim imediato das hostilidades

Os países concordaram que o primeiro passo para pôr fim ao conflito deveria ser a suspensão das hostilidades em Gaza. O príncipe herdeiro saudita, Mohammed bin Salman Al Saud, destacou que é necessário cessar as hostilidades israelenses, forçar o movimento radical palestino Hamas a libertar reféns e pôr fim ao deslocamento forçado da população de Gaza.

Para o presidente turco, a primeira prioridade é um cessar-fogo permanente, não temporário, na zona de conflito palestino-israelense. 

“O mais urgente não é uma pausa nas hostilidades por algumas horas, mas um cessar-fogo permanente”, disse.

O príncipe herdeiro do Kuwait, Salem Abdullah al-Jaber al-Sabah, destacou que toda a comunidade mundial, e em particular o Conselho de Segurança da ONU, deve “assumir sua responsabilidade direta e parar imediatamente o derramamento de sangue na Faixa de Gaza”.

Estado da Palestina independente

O presidente egípcio, Abdel Fattah al-Sisi, disse que o Cairo insiste na formação de um mecanismo concreto para alcançar uma solução justa para o conflito palestino-israelense com base na ideia de dois Estados independentes. 

“É também a vez da comunidade internacional adotar o máximo de esforços para estabelecer um Estado palestiniano independente”, disse.

Erdogan disse que Ancara está pronta para participar do estabelecimento e operação de um mecanismo de garantia de segurança para os palestinos, incluindo um sistema de países garantes. O líder turco observou que o sistema de garantia “será capaz de fornecer segurança não apenas para os palestinos, mas também para os israelenses e toda a região”.

O líder palestino Mahmoud Abbas, por sua vez, pediu ao Conselho de Segurança da ONU que aprove a adesão plena da Palestina à organização e convoque uma conferência internacional de paz dedicada à reconstrução de Gaza e à proteção dos direitos do povo palestino. A Autoridade Nacional Palestina, disse ele, “está pronta para eleições parlamentares e presidenciais gerais que cobrirão todo o território da Palestina, incluindo Jerusalém”.

Medidas contra Israel

Vários líderes mundiais sugeriram um aumento da pressão sobre Israel. O presidente sírio, Bashar al-Assad, disse que “medidas eficazes, não retórica verbal, são necessárias neste momento” para parar a guerra. “Os países árabes devem limitar seus contatos com Israel para interromper os combates em Gaza”, disse.

O presidente iraniano, por sua vez, pediu o uso de “todos os meios” para forçar os EUA e Israel a parar os combates em Gaza, inclusive sugerindo que os países islâmicos armem os palestinos para lutar contra Israel se os combates no enclave não pararem.

O emir do Catar, xeque Tamim bin Hamad Al-Thani, pediu à ONU que envie uma equipe de investigação internacional a Gaza para determinar a extensão da responsabilidade israelense por ataques a alvos civis, incluindo instalações de saúde.

Pelo menos 11.078 palestinos foram mortos em ataques israelenses a Gaza desde 7 de outubro. Esses números podem não ser os mais recentes, já que vários hospitais perderam contato no sábado, atrasando as atualizações do Ministério da Saúde de Gaza, de acordo com as Nações Unidas.

O que diz a Jihad Islâmica Palestina

De acordo com a Jihad Islâmica Palestina (PJI), a cúpula de 57 países realizada em Riad demonstrou incapacidade de conter o genocídio na Faixa de Gaza, exceto implorar e exigir.

“A proteção contra ciclos de violência e guerras não será alcançada sem acabar com a ocupação israelita. Consideramos Israel, a potência ocupante, responsável pela continuação e agravamento do conflito”, diz uma mensagem do grupo no Telegram.

O PIJ salientou que a declaração final da reunião de cúpula reflete a evasão coletiva dos países árabes e islâmicos das suas responsabilidades e o distanciamento do seu dever de proteger a segurança nacional árabe e islâmica. 

Também observou que a declaração final teria ganhado credibilidade se os países árabes e islâmicos tivessem tomado a iniciativa de cortar os laços com a ocupação israelita, à semelhança de alguns países latino-americanos que não têm laços culturais ou religiosos com a Palestina.

*Atualizada em 12/11/2023, às 11h51min

*Da Agência TASS e Hispantv com edição da Agência Fonte Exclusiva. Compartilhe esta reportagem do Diário da Guanabara, o melhor site de notícias do Rio de Janeiro.

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