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Pai denuncia que filho preso pelo 08/01 foi agredido por policiais

O advogado Lucas Costa Brasileiro, detido por supostamente participar dos atos de vandalismo ocorridos em Brasília em 8 de janeiro, teria sofrido agressões no Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília, na terça-feira 11. A acusação foi feita pelo pai do preso, Evandro Brasileiro.

De acordo com o pai, devido a um “procedimento errado” na prisão, os policiais “juntaram todos” os prisioneiros no pátio e os agrediram. “Bateram no meu filho, bateram no outro patriota Eric”, afirmou Evandro em um vídeo postado nas redes sociais da Associação dos Familiares e Vítimas do 8 de janeiro (ASFAV).

O advogado de Lucas, Alexandre Oliveira, informou a Revista Oeste que, durante o suposto momento de agressões, os agentes deveriam estar instruindo os detentos sobre as regras da prisão. Ele descobriu sobre o incidente através do irmão do detento na quinta-feira 13, que atualmente estagia na Defensoria Pública do Distrito Federal.

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“Foi informado por uma defensora pública de que havia chegado um ofício para fiscalizar o CDP e havia o nome de dois patriotas, um deles o Lucas”, relatou. “De imediato, entrei em contato com agentes penais e advogados de alguns internos onde me foi confirmado o ocorrido. Na sexta-feira, às 07h da manhã, eu e o pai dele nos dirigimos ao CDP para esclarecimentos e somente às 13h30min que consegui conversar com o diretor, Thiago Neves.”

Segundo o advogado, após as alegadas agressões, o prisioneiro teria solicitado à administração da Papuda para ser transferido para a delegacia, porém seu pedido foi negado. Oliveira afirmou que “Não houve qualquer tipo de contato da unidade prisional com o advogado ou com os familiares dele para explicar ou esclarecer o ocorrido no dia dos fatos”, disse.

Lucas teria realizado o exame no Instituto Médico-Legal (IML) somente na sexta-feira 14, após a visita de um defensor público. O advogado comunicou que a defensoria ainda não conduziu uma investigação, porém, uma inspeção foi realizada por um defensor. “Será emitido um relatório segunda-feira para apurar o que foi relatado a eles”, explicou.

De acordo com Oliveira, a administração da Papuda iniciará um processo administrativo para examinar as alegações. “Segunda-feira estarei me habilitando nesse processo administrativo”, prosseguiu. Ele esclareceu que também terá acesso ao laudo do exame de corpo de delito na segunda-feira.

Oliveira afirmou que a administração da prisão está constantemente tentando “a todo momento se eximir da culpa”. No entanto, ele afirma ter “relatos suficientes para responsabilizar os agressores”. De acordo com o advogado, até o momento, nenhum oficial foi suspenso ou punido. No entanto, a suspensão deve ocorrer na segunda-feira após a identificação dos responsáveis. O advogado esclareceu que nem todos os prisioneiros teriam sido vítimas de agressão, apenas uma “quantidade significativa”.

A Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seape-DF), quando procurada pela Revista Oeste, confirmou a denúncia de agressão física ocorrida dentro das instalações da Papuda. Segundo a secretaria, Lucas foi enviado ao IML por esse motivo. Além disso, um processo administrativo foi iniciado.

“O custodiado [Lucas] foi conduzido ao Complexo Penitenciário da Papuda no dia 7 de junho e passou por procedimento de triagem junto a outros conduzidos ao Centro de Detenção Provisória (CDP), momento em que alegou ter sido agredido”, afirma, em nota, a Seape-DF. “Por esta alegação, foi conduzido ao IML para realizar exames de praxe e, por consequência, a Pasta instaurou procedimento administrativo para apurar a veracidade dos fatos.”

“A Seape reforça que os todos os procedimentos institucionais realizados no sistema penitenciário são realizados dentro da legalidade e não coaduna com qualquer desvio de conduta de seus servidores.”

Retorno à Papuda: Homem foi preso recentemente

Na manhã da quinta-feira 6, na qual foi deflagrada a nova fase da operação Lesa Pátria pela Polícia Federal (PF), Lucas, um dos alvos, foi preso em Sobradinho, no Distrito Federal.

Ele é um entre os 48 detidos na operação que, de acordo com a PF, tem como objetivo a recaptura de mais de 200 participantes do evento de 8 de janeiro que violaram medidas cautelares, tais como a remoção de tornozeleira eletrônica ou fuga para outros países. Os mandados foram emitidos pelo Supremo Tribunal Federal em 18 Estados e no Distrito Federal. As informações são da Revista Oeste.