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Pai de Indi Gregory: “Me senti sendo arrastado para o inferno”

Os pais da bebê Indi Gregory, criança que morreu na madrugada desta segunda-feira (13) com apenas 8 meses de idade após ter os aparelhos desligados por decisão da Justiça do Reino Unido, travaram uma batalha no Judiciário para tentar manter os cuidados da filha, mas não conseguiram evitar que os equipamentos de suporte de vida fossem desativados.

Indi era acometida por uma doença mitocondrial rara, incurável, que afetava a produção de energia das células dela. Dias antes do falecimento da filha, ao se pronunciar sobre a situação da criança, o pai, Dean Gregory, relatou que sentiu “como se estivesse sendo arrastado para o inferno” enquanto estava no tribunal.

– Quando eu estava no tribunal, senti como se estivesse sendo arrastado para o inferno. Eu pensei que, se o inferno existia, então o Céu também deveria existir. Era como se o diabo estivesse lá. Pensei que, se o diabo existe, então Deus também deve existir – declarou, em entrevista ao site italiano La Nuova Bussola Quotidiana.

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Apesar de dizer que não é religioso, Dean decidiu batizar a filha no hospital. O pai de Indi fez questão de destacar um testemunho dado por um voluntário cristão que visitava todos os dias a unidade de terapia intensiva onde Indi estava e que dizia que o batismo abria “a porta para o céu”.

– Já vi como é o inferno e quero que Indi vá para o céu. Na verdade, decidi que minha filha e eu também deveríamos ser batizados. Queremos ser protegidos nesta vida e ir para o céu – concluiu Gregory na entrevista dada uma semana antes da morte da filha.

SOBRE O CASO
Nos últimos meses, os pais de Indi iniciaram uma série de ações legais numa tentativa de manter a filha viva, uma vez que os médicos do hospital Queen’s Medical Centre, no Reino Unido, onde a bebê estava internada, alegavam que não havia mais “ações a serem tomadas”.

A família da criança tentou convencer o Tribunal Superior e o Tribunal de Recursos, ambos britânicos, e os juízes do Tribunal Europeu de Direitos Humanos de que Indi deveria continuar a receber cuidados, mas não conseguiram. Na última sexta (10), a decisão derradeira relacionada ao caso definiu que a criança sequer poderia ser levada para casa.

O juiz Peter Jackson, responsável por negar na última sexta o pedido da família de levar a menina para casa, apontou que a solicitação era “totalmente sem mérito” e ainda classificou as tentativas como “manipuladoras” e disse que elas visavam “frustrar decisões judiciais”. Os pais de Indi ainda tentaram transferi-la para um hospital em Roma, na Itália, mas a ideia também não foi aceita.

Segundo o pai de Indi, a mãe da bebê, Claire Staniforth, “segurou a menina nos últimos suspiros”. De acordo a organização Christian Concern, que deu apoio à família, a menina foi transferida para uma unidade de cuidados paliativos no último sábado (11) com o auxílio de uma ambulância e escolta de segurança. Ela faleceu na madrugada desta segunda.

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