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Oposição anuncia CPI para investigar milícia digital do PT

Parlamentares da oposição anunciaram, nesta quarta-feira (12), a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar o que chamam de “milícia digital do PT”. Segundo o líder da oposição na Câmara, deputado Filipe Barros (PL-PR), o grupo seria comandado pelo interventor do Rio Grande do Sul, o petista Paulo Pimenta, que até recentemente chefiava a Secretaria de Comunicação Social (Secom).

O requerimento para a criação da CPI se baseia em reportagens do jornal “O Estado de S. Paulo”, que denunciam a existência de uma estrutura financiada com dinheiro público para atacar e descredibilizar a oposição e críticos do governo, além de lançar ataques contra a imprensa e influenciadores digitais.

Segundo a exposição de Filipe Barros, a milícia digital do PT é coordenada pelo ministro Paulo Pimenta, responsável pela criação de uma complexa rede de influenciadores, agências de publicidade e departamentos governamentais dedicados à comunicação digital. Essa estrutura, supostamente montada para promover a liberdade de expressão e a educação midiática, tem sido utilizada para monitorar e atacar aqueles que se opõem ao regime petista.

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“Há uma estrutura criada na campanha presidencial e que continua sendo sido utilizada pela Secretaria de Comunicação, para monitorar as redes sociais de qualquer cidadão do nosso país, em especial aqueles que fazem críticas à atuação do governo”, afirmou Filipe Barros.
 

A estrutura da milícia

A investigação revela três principais componentes dessa milícia:

1. Partido dos Trabalhadores e agências afiliadas: Inclui figuras como Paulo Okamoto, do Instituto Lula, e Clarice Charrel, proprietária da Polo Marketing Digital. Esta agência, cujo contrato mensal é financiado pelo PT, é acusada de coordenar grupos de WhatsApp para disseminação de fake news.

2. Influenciadores digitais: Destaque para Thiago dos Reis, um dos principais influenciadores da esquerda, cujo canal lucra milhões mensalmente com a divulgação de notícias falsas e sensacionalistas.

3. Estrutura governamental: A Secretaria de Comunicação do Palácio do Planalto é acusada de aparelhamento para perseguir opositores políticos e monitorar cidadãos críticos ao governo. Um dos pontos centrais é a recente megalicitação que favoreceu agências próximas ao PT, incluindo a aquisição de ferramentas avançadas de inteligência artificial para análise de opinião pública.

Denúncias e reuniões diárias

Segundo o “Estadão”, membros da Secom realizam reuniões diárias com equipes do PT para definir temas e abordagens a serem usados nas redes sociais do partido. Essas reuniões ocorrem virtualmente, por volta das 8 horas da manhã, e incluem assessores da Secom, do PT nacional e dos gabinetes das lideranças do partido na Câmara e no Senado. O secretário nacional de comunicação do PT, Jilmar Tatto, revelou que o objetivo é “pautar as redes que o PT alcança”.

“Às 8 horas da manhã tem um pedacinho do povo do PT, da delegação nacional, junto com o pessoal da Câmara, da liderança do PT, junto com o Senado, junto com a Secom do governo Lula”, explicou Tatto. “É feita uma chamada reunião de pauta. O que é uma reunião de pauta? O que vamos abordar hoje.”

Uma rede de páginas e perfis pró-governo tem se destacado na defesa do descondenado Lula, promovendo ataques coordenados a críticos do atual regime e desqualificando a imprensa. A relação direta entre governo e partido com esses influenciadores sugere que suas ações digitais são orientadas diretamente pelo Planalto, conforme o “Estadão”. Não há registros de repasse de verba pública para esses influenciadores.

Durante a tragédia no Rio Grande do Sul, PT, governo e influenciadores trabalharam para atacar e censurar o que classificaram como fake news, incluindo críticas políticas e reportagens da imprensa. O governador Eduardo Leite (PSDB-RS) e a família Bolsonaro também foram alvo de perfis ligados ao regime.

Participação da Polo Digital Marketing

Desde 2021, integrantes da agência de comunicação Polo Digital Marketing, que presta serviços ao PT, participam das reuniões matinais. A Polo, liderada por Clarisse Chalréo, conduz o grupo de WhatsApp “gabinete da ousadia” durante a campanha de 2022. Clarisse confirmou sua participação nas reuniões, mas não forneceu detalhes sobre os assuntos discutidos. A Polo mantém um contrato com o PT no valor de R$ 117,7 mil mensais, pagos com recursos do Fundo Partidário.

Ação da Oposição

Além do pedido de criação da CPI, a oposição encaminhou uma representação ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), pedindo a inclusão das denúncias no inquérito das milícias digitais e acionou o Tribunal de Contas da União (TCU). Na manifestação no Salão Verde da Câmara dos Deputados, os parlamentares cobraram investigações sobre o uso indevido de recursos públicos pela Secom.

“A utilização da máquina pública em desvio de finalidade, especialmente confundindo as esferas pública e privada, incluindo a utilização de marqueteira contratada pelo PT, que cumpre expediente no Palácio do Planalto, é uma verdadeira usurpação de função pública”, diz a representação ao TCU.

O senador Rogério Marinho (PL-RN), líder da oposição no Senado, enfatizou que práticas da milícia digital petista representam uma grave violação da democracia, utilizando recursos públicos para reprimir críticas e perseguir opositores. Ele criticou a inação de entidades e instituições que deveriam zelar pelos direitos civis e a liberdade de expressão no país:

“Há uma articulação de diferentes órgãos de aparelhos do Estado, na mesma direção, de controlar de inibir, de constranger quem tem a ousadia de se posicionar contra o status quo. Independentemente da ideologia de quem quer que seja, nós estamos aqui no momento de reafirmarmos o nosso compromisso com a Constituição brasileira, com a nossa liberdade. Se nós não nos posicionarmos, nós vamos ser cobrados no futuro pela nossa omissão, que sem dúvida nenhuma é o maior dos pecados”.

 

 

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