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OAB-SP e Coalizão de Mulheres criticam Marina Helena por ataque a advogada

A OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) de São Paulo e a Coalizão Nacional de Mulheres, articulação que reúne lideranças feministas de todo o país, saíram em defesa da advogada Maíra Recchia, alvo de um ataque feito pela candidata do Novo à prefeitura da capital paulista, Marina Helena.

Recchia, que preside o Observatório Eleitoral da OAB-SP, é especializada em questões de gênero e advoga para a campanha de Guilherme Boulos (PSOL), afirmou em entrevista ao UOL que acusações de Marina Helena contra a também candidata Tabata Amaral (PSB) podem ser vistas como violência de gênero.

A candidata do Novo tem levantado suspeitas, sem apresentar indícios nem provas, sobre voos que Tabata teria feito ao Recife em 2023 para se encontrar com seu namorado, João Campos (PSB), prefeito da capital pernambucana.

Durante um debate, Marina insinuou que a adversária é financiada por terceiros e disse que é direito dos eleitores saber “de onde vêm os recursos” que teriam bancado tais deslocamentos.

Após Recchia comentar o caso, a candidata do Novo à Prefeitura de São Paulo gravou um vídeo em que chamou a advogada de “tal especialista”, expôs fotos da defensora com políticos e disse ser vítima de fraude e de sabotagem.

Em nota publicada nesta terça-feira (24), a OAB-SP afirma que o vídeo de Marina Helena com ataques a Recchia ofende a advogada e desrespeita toda a advocacia eleitoral.

“Advogados e advogadas não participam de campanhas eleitorais como cabos eleitorais e bem por isso também não podem ser expostos por sua atividade laboral. Advogado não pede votos, advogado atua nas causas judiciais em discussão, é atividade-meio, não atividade-fim”, diz a entidade.

A Coalizão Nacional de Mulheres, por sua vez, afirma que Recchia fez sua avaliação de forma técnica e diz que o questionamento de Marina a Tabata não ocorreria se a deputada fosse um homem.

“Os relacionamentos pessoais dos homens não entram em debates políticos. Com base nessa análise simples e direta, a advogada Maíra Recchia afirmou que a conduta de Marina poderia ser interpretada como violência política de gênero“, diz o grupo, em nota.

A articulação afirma ainda que o fato de a advogada prestar serviços para a campanha de Boulos nada tem a ver com a crítica e acrescenta que atacar uma mulher advogada sem argumentos válidos “é um modo masculino de fazer política”.

“Queremos mais mulheres na política, mas mulheres que olhem para as outras com sensibilidade, respeito e sororidade. É triste e lamentável que uma mulher ataque outras mulheres de forma tão hostil e irresponsável”, diz a Coalizão Nacional de Mulheres.

Leia, abaixo, a íntegra da nota elaborada pela Coalizão Nacional de Mulheres:

“A Coalizão Nacional de Mulheres, movimento de mulheres que reúne lideranças feministas de todo o país, vem publicamente apresentar uma moção de apoio à advogada Maíra Recchia.

A candidata do Partido Novo, Marina Helena, que disputa as eleições para a Chefia do Poder Executivo Federal, postou um vídeo em seu perfil no Instagram atacando abertamente Recchia, em razão de uma entrevista por ela concedida ao portal da UOL na qual a profissional, na condição de presidente do Observatório Eleitoral da OAB-SP e advogada eleitoralista especializada em questões de gênero, ofereceu um parecer técnico acerca das acusações formuladas por Marina à candidata Tabata Amaral.

Ao longo do debate eleitoral, Marina ocupou-se em atacar sua oponente apresentando uma informação não comprovada por ela a respeito da possibilidade de Tabata ter utilizado jatos particulares às expensas do Poder Público para visitar o seu namorado. Tal questionamento não seria trazido em relação a um homem. Os relacionamentos pessoais dos homens não entram em debates políticos. Com base nessa análise simples e direta, a advogada Maíra Recchia afirmou que a conduta de Marina poderia ser interpretada como violência política de gênero.

Em seu vídeo, Marina acusou Maíra de fazer essa afirmação por ser advogada da campanha de Boulos, sendo que tal fato nada tem a ver com a análise técnica trazida na entrevista.

Difamar uma profissional renomada que regularmente é entrevistada a respeito dessa matéria, logo, possui inegável expertise para falar sobre o tema, sem nenhum argumento técnico para contrapor o parecer, só demonstra novamente o descompromisso da candidata Marina Helena com as questões de gênero. Atacar a imagem profissional de alguém, especialmente de uma mulher, sem qualquer argumento válido, exceto aleivosias infundadas, é um modo masculino de fazer política.

Queremos mais mulheres na política, mas mulheres que olhem para as outras com sensibilidade, respeito e sororidade. É triste e lamentável que uma mulher ataque outras mulheres de forma tão hostil e irresponsável.

Deixamos registrado o nosso apoio a Tabata e a Maíra, que foram vítimas de acusações levianas. Ficamos à disposição da candidata Marina Helena para que ela possa compreender melhor o conceito de violência política de gênero, a fim de não continuar reproduzindo tais atitudes.”

TERCEIRO SINAL

A atriz Débora Falabella recebeu convidados para a estreia da temporada paulistana do monólogo “Prima Facie”, protagonizado por ela, realizada no Teatro Vivo, na segunda-feira (23). As atrizes Carolina Manica e Marianna Armellini estiveram lá. Os atores Flavio Tolezani e Maria Bia também compareceram.

com BIANKA VIEIRA, KARINA MATIAS e MANOELLA SMITH


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