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Novo ministro de Lula fez campanha para Hugo Chávez

Laércio Portela, o recém-nomeado ministro da Secretaria de Comunicação Social (Secom) de Lula, esteve envolvido na campanha de reeleição de Hugo Chávez em 2012, a qual foi chefiada por Franklin Martins.

Portela assumiu a tarefa de interagir com jornalistas e planejar a estratégia de redes sociais. Brunna Rosa Alfaia, que é a atual secretária de Estratégia e Redes Sociais da Secom, também fez parte da equipe de campanha de Chávez.

Naquele período, a estratégia de marketing do político da Venezuela foi orquestrada pelo publicitário brasileiro João Santana, sob a intermediação direta de Lula.

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Mônica Moura, esposa de Santana, afirmou em uma delação premiada em 2017 que Franklin Martins havia sido beneficiado com caixa 2 em dinheiro em espécie durante a campanha de Chávez.

Ela declarou que Nicolás Maduro, que era chanceler de Chávez na época e agora é o atual presidente da Venezuela, realizava os pagamentos extra-oficiais. Mônica era a responsável por receber o dinheiro diretamente e distribuir entre os membros da campanha.

Importante frisar, que Franklin e sua equipe foram contratados pelo partido venezuelano, também sem contrato formal, igualmente sem vínculo com a Pólis [empresa de João Santana]”, diz trecho da delação.

Nicolás Maduro era sempre muito desconfiado, não queria entregar dinheiro em espécie para mais de uma pessoa, pelo risco da negociação”, acrescentou. “Por isso, entregava todo valor a Mônica Moura, que repassava para a mulher do Franklin Martins.”

João Santana e Mônica Moura não mencionam Laércio Portela em suas delações. Os depoimentos do casal de marqueteiros, no final, não geraram resultados. O ministro Edson Fachin, do STF, em 19 de dezembro de 2023, optou por anular todas as condenações que haviam sido aplicadas a Santana e Moura.

As delações incisivas, registradas em vídeo, continuam acessíveis, porém não possuem relevância legal, semelhante a grande parte da Operação “Lava Jato”.

Laércio Portela foi designado interinamente em 15 de maio de 2024, após a demissão de Paulo Pimenta, que passou a liderar a Secretaria Extraordinária para Apoio à Reconstrução do Rio Grande do Sul. No entanto, Laércio mantém contato direto com Lula e desfruta de boa reputação junto ao presidente.

Contudo, a posição interina enfraquece sua performance, uma vez que membros do governo supõem que Pimenta ainda tem influência sobre a secretaria. Lula até indicou que pode desejar o retorno de Pimenta à Secom após sua tarefa no Rio Grande do Sul.

A posse de Portela na Secretaria de Comunicação Social foi marcada pela discrição. A entrada do ministro acontece em um contexto de críticas à maneira como a comunicação de Lula é feita, sendo considerada incapaz de comunicar de forma efetiva as realizações positivas, especialmente no setor social. Lula já atribuiu a diminuição de sua popularidade à ineficiência da Secom.

Adicionalmente, Laércio precisará gerenciar um conflito interno envolvendo a primeira-dama Janja Lula da Silva, Brunna Rosa Alfaia, e os conselheiros diretos do presidente: José Chrispiniano e Ricardo Stuckert. A contenda entre esses grupos se foca na comunicação digital de Lula. As informações são da Revista Oeste.