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Nova estratégia de defesa de Mauro Cid pode agravar situação jurídica de Bolsonaro  

O tenente-coronel do Exército, Mauro Cid, foi o principal ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no Palácio do Planalto. Atualmente está preso no âmbito das investigações sobre fraude em cartões de vacinação contra a covid-19, além de figurar no radar dos inquéritos e investigações que apuram atos antidemocráticos que buscavam um golpe de Estado no país e outras condutas criminosas.

Até recentemente, Cid adotava uma postura que, de certa forma, não expunha diretamente a responsabilidade do ex-presidente, mas diante de um cerco que se fecha, ele trocou de advogado e agora optou por uma confissão espontânea.

O novo defensor do tenente-coronel é o advogado Cezar Bitencourt. Ele chega demonstrando que vai buscar afastar a culpa de seu cliente argumentando que ele era apenas “um assessor que cumpria ordens” e que “alguém determinou” as ações que supostamente fazia.

“Na verdade, ele é um militar, mas ele é um assessor. Assessor cumpre ordens do chefe. Assessor militar com muito mais razão. O civil pode até se desviar, mas o militar tem por formação essa obediência hierárquica. Então, alguém mandou, alguém determinou. Ele é só o assessor. Assessor faz o quê? Assessora, cumpre ordens”, afirmou.

Troca de advogado 

No domingo (13), o advogado Mauro Roca, que atuava como defensor, decidiu deixar o caso alegando “quebra de confiança”. Sua saída abriu espaço para a nova estratégia de defesa. 

O novo advogado diz que “a obediência hierárquica” para um militar é muito séria e muito grave. Exatamente essa obediência a um superior militar é o que há de afastar a culpabilidade do cliente.

Reportagens diculgadas pela mídia brasileira destaca que Bitencourt diz ter sido procurado por um familiar de Mauro Cid, mas não detalhou o contratante, acrescentando que não “sabe nada” sobre general Mauro Lourena Cid, pai de Cid, que também é investigado pela suposta venda ilegal de presentes oficiais.

O advogado também se apresenta como um “ferrenho crítico do instituto da delação premiada”, mas não descarta recorrer ao recurso na defesa do seu novo cliente: 

“Não está no meu radar, e nem do Mauro, que eu sei. Agora, se for necessário, guerra é guerra, né?”, declarou Bitencourt, segundo destaca a revista Veja.

“Na verdade, não sou contra nada. A partir do momento em que eu entro na defesa, eu estou aberto para usar os institutos que nos favorecem, que favorecem o nosso cliente, a defesa. Enfim, eu sou crítico intelectual da delação premiada, mas não quer dizer que eu não possa usar esse instrumento. Fica em aberto, a gente tem a possibilidade, está aí à disposição de qualquer um”, disse.

Mauro Cid está preso desde maio, por envolvimento na suposta fraude em cartões de vacinação do ex-presidente Jair Bolsonaro e familiares. No entanto, na semana passada, também foi alvo da operação da Polícia Federal que apura possível venda ilegal de presentes oficiais na gestão de Bolsonaro.

Da Agência Fonte Exclusiva. Compartilhe esta reportagem do Diário da Guanabara, o melhor site de notícias do Rio de Janeiro.

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