No dia mais quente da minha vida, declaro: copo Stanley, te amo!
Em janeiro do ano passado, a Folha me pediu para testar e resenhar o copo térmico Stanley –objeto de polêmica virtual num mundo ainda pandêmico, ainda meio confinado.
Vibrei quando me vieram com a pauta. Eu estava louco para pôr as mãos no Stanley, mas, se o fizesse por iniciativa própria, talvez optasse por ficar no armário.
Não queria que me vissem como um playboy fútil e ostentador, coisa que nunca fui assumidamente. Preferi silenciar meu desejo.
A oferta do jornal me livrou das amarras sociais. Eu, a pretexto de estar a trabalho, poderia sair publicamente com Stanley, sem medo de ser julgado pela sociedade hipócrita.
Hoje venho a público opara bradar a plenos pulmões: copo Stanley, eu te amo!
Eu havia planejado chegar janeiro do ano que vem, o segundo aniversário da primeira matéria, para fazer esta declaração. O apocalipse climático chegou antes. Um calor desta magnitude vale por mil efemérides quando se trata de copo Stanley.
Ok, vou respirar e tentar ser o mais objetivo possível para descrever minha relação de 22 meses com Stanley.
No verão de 2022, copo Stanley era sinônimo de beach tennis, o futevôlei do século 21. Coisa de playba de feira agrícola. Nada com que moizinho gostaria de estar relacionado.
Paralelamente eu intuí, a partir de relatos de usuários e ficha técnica, que o produto possui qualidades indiscutíveis.
“Aaaain, mas quem precisa da cerveja fria por 8 horas no copo?” Amizade, não é disso que se trata. Você entendeu tudo errado.
Para quem preza a cerveja gelada –eu prezo muito–, o Stanley opera milagres. O gole seguinte tem a mesma temperatura do anterior. Isso é uma bênção no âmbito doméstico, que dirá nos convescotes a que a vida nos condena.
Falando nisso, meu Stanley viajou muito no Brasil e um pouco no estrangeiro.
Sobreviveu a um namoro que já morreu, no Rio de Janeiro. Foi esquecido na academia –onde continha água, por óbvio– e recuperado. Até em Londres o Stanlinho já passeou.
Confesso que estava um pouco envergonhado ao levar o Stan num aniversário de uma amigo. Ocorre que beber cerveja no bico já não fazia mais sentido para mim, muito menos no copo plástico.
Eu e Stanley fomos feitos um para o outro.
No dia mais quente da minha não-tão-breve vida, eu reitero a declaração: Stanley, eu te amo!
P.S.: Isto não é publi. E sinto constatar que, na fornalha de hoje, até o Stanlinho está à meia-bomba.
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