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Nicarágua prende mais 12 sacerdotes católicos

O ditador Daniel Ortega, que comanda o regime da Nicarágua (foto), ordenou a prisão de pelo menos 12 sacerdotes católicos nos dois últimos dias, durante uma nova onda de detenções.

Na sexta-feira, dia 2 de agosto, oito sacerdotes e um diácono foram detidos. As informações oficiais sobre os locais e razões das prisões não foram fornecidas pelas autoridades.

O Coletivo de Direitos Humanos Nicarágua Nunca Mais, em um comunicado divulgado no sábado, relatou um cerco a paróquias em Matagalpa e a detenção simultânea de religiosos em Sébaco, Ciudad Darío, Solingalpa, San Ramón, San Isidro e Matiguás.

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Nas últimas 48 horas ocorreu uma escalada da repressão contra sacerdotes da Igreja Católica” em Matagalpa, no norte nicaraguense, afirmou a ONG. O texto afirma ainda que “várias paróquias foram assediadas, e ao menos 12 sacerdotes detidos de forma arbitrária, alguns deles com paradeiro desconhecido e em situação de desaparecimento forçado”.

“Desde dezembro de 2023, quando 12 padres foram presos, este é o maior ataque contra a Igreja Católica da Nicarágua, que nas últimas semanas foi vítima do cancelamento da Rádio María, emissora católica com 24 anos de existência, além do banimento da jornalista Nohelia González, colaboradora da rádio e do canal católico da Nicarágua, encerrada em maio de 2022”, segue o comunicado.

A Rádio María, com mais de 40 anos de atuação na Nicarágua, teve seu status jurídico anulado. O anúncio foi feito pela ministra do interior, Maria Amelia Coronel, que citou a ausência de balanços financeiros entre 2019 e 2023 como motivo.

Ações contra instituições católicas têm sido realizadas pelo regime de Daniel Ortega, incluindo o bloqueio das contas bancárias da rádio em abril.

As tensões entre o governo de Ortega e a Igreja Católica têm sido acentuadas desde a década de 1980, período em que a Igreja começou a expor os abusos perpetrados pelo governo sandinista. A conjuntura se deteriorou com os protestos de 2018, evento no qual a Igreja respaldou as exigências por reformas democráticas. A partir desse momento, centenas de ataques do Estado têm sido direcionados à Igreja.