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Musical “Se quiser falar de amor” conta histórias de amor preto embaladas pelo Funk Melody

Revisitando os clássicos do Funk Melody e outros ritmos populares que marcaram os anos 90 nas periferias do Brasil, o musical “Se quiser falar de amor” conta histórias cotidianas de amor entre pessoas pretas, destacando temas centrais como quilombo, empoderamento e emancipação. O espetáculo entra em cartaz na próxima semana, no Museu da Maré, localizado no Conjunto de Favelas da Maré, na zona norte do Rio de Janeiro

A montagem traz à tona memórias afetivas através de diferentes personagens, explorando as inúmeras formas de amar. Cada cena é um convite ao público para aprofundar-se em diálogos sobre o afeto entre corpos que resistem ao racismo, oferecendo uma reflexão tocante sobre amor e resistência, a partir de narrativas que não gerem gatilhos.

O musical ainda reforça a importância dos precursores do Funk Melody, MC Marcinho e MC Cacau na trilha sonora, como destaca o diretor Rodrigo França.

“O Funk Melody, com sua batida envolvente e letras românticas, é uma poderosa ferramenta para contar histórias de amor, especialmente no contexto das favelas. Inserir músicas de MC Marcinho e MC Cacau não só adiciona autenticidade, mas também conecta o público à realidade cotidiana dessas comunidades”, ressalta.

Utilizando o livro “O Espírito da Intimidade – Ensinamentos Ancestrais Africanos Sobre a Maneira de se Relacionar”, de Sobonfu Somé, a produção busca construir novos imaginários sobre o amor na sociedade, fora do contexto da colonização. O autor do texto, Jonathan Raymundo, destaca uma lição central da obra: o amor não é um evento isolado, mas sim parte de um processo contínuo, onde cada pessoa ajuda a outra a cumprir sua missão ancestral dentro da comunidade.

“Essa é a compreensão que tentamos trazer no espetáculo. Como o amor entre indivíduos nutre a vida comunitária e vice-versa; como o amor, nem sempre percebido, é a razão maior, a estratégia maior que nós utilizamos para sobreviver aos desafios e as violências de um estado racista e colonizador”, reflete o autor.

O musical foi idealizado por Dani Câmara e Rei Black, que também integram o elenco. A direção musical é de Dani Nega. O espetáculo terá apresentação no Museu da Maré, na terça (6) e quarta-feira (7) , às 14h, com audiodescrição. Já as sessões de quinta-feira (8) a domingo (11) serão às 19h. Há tradução em libras em todas as sessões. Os ingressos são gratuitos e adquiridos na hora da peça. 

A peça é realizada por meio do edital EVOÉ! RJ da Secretaria de Estado de Cultura do Rio de Janeiro através da Lei Paulo Gustavo. Além das seis apresentações no Museu da Maré, durante os dias em que o espetáculo estará em cartaz, será produzido um mini documentário sobre todo o processo criativo e de produção. A estreia do filme está prevista para o dia 30 de agosto.

Serviço

Datas e horários: 6 e 7 de Agosto, às 14h; e dias 8, 9, 10 e 11, às 19h

Local: Museu da Maré

Endereço: Av. Guilherme Maxwel, 26 – Maré

Ingresso: Gratuito (adquirido na hora)

Duração: 60min

Classificação indicativa: 10 anos


 

Edição: Jaqueline Deister

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