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Menina de 7 anos morre de dengue hemorrágica no DF; é o segundo caso do ano – Correio Braziliense

Formado em jornalismo pelo UniCEUB, Pedro Marra trabalhou em cidades e esportes no Jornal de Brasília e na Agência do Rádio. No Correio Braziliense, cobre segurança pública, trânsito e política.
Jornalista formado pela Universidade de Brasília, acumula experiências em trabalhos feitos na Câmara dos Deputados, na rádio da Casa, e na editoria de Cultura, também no Correio Braziliense.
Uma menina de 7 anos, identificada como Pietra Isaac de Carvalho, morreu de dengue hemorrágica, no Distrito Federal, após idas e vindas a hospitais. A morte dela deixou a mãe, Camila Isaac, 37, arrasada com o caso, que ela acredita ter sido uma negligência médica. A criança morreu no Hospital Materno Infantil de Brasília (Hmib), na última sexta-feira (17/11), após sofrer três paradas cardíacas. Esse foi o segundo caso do ano na capital do país. 
“Nunca na minha vida imaginei passar por isso. Foi o meu pedaço, me sinto de pernas amputadas, tentando juntar os meus caquinhos. Lembro quando ela dizia “obrigada por cuidar tão bem de mim” e me abraçava”, emociona-se Camila.
Camila conta que, em 13 de novembro, a filha fez um hemograma por conta própria, pois suspeitava que a menina estivesse com bronquite. “Pietra não aceitava nenhum tipo de comida e tinha febre alta chegando a 39,9ºC. Ela só aceitava água”, lembra.
Em 14 de novembro, véspera do aniversário de Pietra, a mãe da menina a levou ao Hospital Daher, do Lago Sul, onde o médico escutou o coração da menina, que fez um raio-x do tórax. O primeiro diagnóstico foi de bronquite e virose, mas segundo a mãe, a menina foi medicada e voltou para casa.
O exame não apresentou alterações, mas a menina se queixava de dores nas costas e amanheceu com febre. Para melhorar o ânimo da filha, Camila chegou a comprar um diário com chave de presente. “Ela escreveu no diário ‘a Pietra quer melhorar’. Estava um pouquinho mais disposta, mas reclamava de dor no abdômen”, conta.
Preocupada com a filha, Camila voltou ao hospital do Lago Sul. Uma médica a atendeu e confirmou que os sintomas eram de dengue. Foi quando a profissional de saúde prescreveu o relatório de internação de Pietra com encaminhamento ao Hmib.
Na troca de plantão, outro médico pediatra disse à Camila: “mãezinha, sua filha está dengosa duas vezes, dengo e dengue, e dengue se trata em casa. O remédio e repouso absoluto é hidratar com soro, água de côco e suco”. A mãe, então, foi para casa. Mas, após uma hora vendo a filha gritar de dor, foi ao Hmib em busca de atendimento.

  • Pietra Isaac morreu de dengue hemorrágica após atendimentos em hospitais do DF

    Pietra Isaac morreu de dengue hemorrágica após atendimentos em hospitais do DF Arquivo pessoal

  • Pietra Isaac morreu de dengue hemorrágica após atendimentos em hospitais do DF

    Pietra Isaac morreu de dengue hemorrágica após atendimentos em hospitais do DF Arquivo pessoal

Em nota, a Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF) informa que a paciente chegou em estado grave ao Hmib na madrugada de 16 de novembro, quando foi prontamente atendida.
“Ela foi direto para a sala amarela, fez todos os procedimentos e exames e foi regulada na UTI. Todo o atendimento foi realizado pela equipe, mas diante da gravidade do quadro, ela veio a óbito no final da tarde do mesmo dia”, detalha a SES-DF.
A Secretaria de Saúde informa, também, que o comitê de óbito investiga a causa da morte e possui um prazo para divulgá-la. “A pasta esclarece que está dentro deste prazo e deve informar o resultado nos próximos dias”, acrescenta.
Todo óbito notificado por suspeita de dengue tem o prazo de investigação de até 60 dias. A amostra dessa criança já foi enviada para o Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen), que vai realizar a análise tanto para dengue, quanto para outras Arboviroses e Painel viral para concluir uma análise completa.
Segundo a SES, até o caso de Pietra, o DF tinha um óbito confirmado por dengue este ano. No mesmo período de 2022, foram 13 óbitos.

A reportagem procurou o Hospital Daher do Lago Sul para se posicionar sobre o caso, mas ainda não teve retorno. O espaço segue aberto para manifestações.

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