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Mais de 200 cristãos foram presos em Eritreia, incluindo crianças

A Eritreia intensificou sua campanha contra os cristãos, detendo 218 pessoas nos últimos 12 meses, incluindo algumas com seus filhos.

Essa recente onda de repressão aumentou o número total de cristãos encarcerados no país para cerca de 400. Eles estão presos por tempo indeterminado, sem julgamento ou acusação formal, simplesmente devido a sua fé.

Segundo a Release International (RI), uma organização sediada no Reino Unido que apoia a igreja perseguida globalmente, 110 cristãos foram capturados entre janeiro e maio.

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“A maioria foi retirada de suas casas — alguns às 3 da manhã”, diz o parceiro da RI, Dr. Berhane Asmelash, que anteriormente também foi preso por sua fé.

“Na última onda de prisões, algumas crianças foram detidas com seus pais, e em alguns casos, a família inteira está na prisão.”

“Estamos muito preocupados com o bem-estar físico e mental das crianças, algumas das quais têm apenas dois anos de idade. Isso é totalmente inaceitável, e condenamos fortemente este ato desumano do governo eritreu.”

Segundo o Dr. Berhane, a maioria dos detidos está confinada na prisão de Mai Serewa, enquanto outros foram distribuídos para diversas prisões em todo o país.

Regime ditatorial

A Eritreia, localizada no Chifre da África, é um estado de partido único liderado por Isaias Afwerki, que chegou ao poder em 1993. Ele cancelou as eleições prometidas para 1997 e suspendeu o projeto de constituição democrática do país.

Em 2002, o regime proibiu a maioria das denominações cristãs. Desde então, tem perseguido cristãos, aprisionando-os indefinidamente sem julgamento.

Seu governo reconhece apenas quatro religiões estatais: a Igreja Ortodoxa Eritreia Tewahedo, o Islã Sunita, a Igreja Católica e a Igreja Evangélica Luterana da Eritreia, mas mesmo com estas, o governo mantém um controle rígido sobre suas atividades, finanças e pregações.

“Falar sobre perseguição ou interferência governamental em assuntos da Igreja não é tolerado de forma alguma”, afirma a Portas Abertas.

Alguns estão presos há mais de 20 anos. Muitos foram mantidos em contêineres de aço sob o calor intenso do deserto, onde sofreram torturas. Vários prisioneiros morreram devido a abusos e doenças não tratadas.

Alguns prisioneiros foram forçados a renunciar à sua fé para serem libertos. A Eritreia é frequentemente descrita como “a Coreia do Norte da África”.