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Lula diz que não vai ter passagem aérea a R$ 200 e dá bronca em ministro que teve a ideia ‘genial’

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva não está nada satisfeito com os anúncios que seus ministros andam fazendo. Na terça-feira (14), o presidente convocou todos eles para uma reunião e o sermão veio.

Em tom irônico, Lula disse que “qualquer genialidade” que alguém possa ter deve ser anunciada à Casa Civil para que a pasta discuta com a Presidência.

“Para que a gente possa chamar o autor da genialidade”, afirmou Lula, subindo o tom.

A bronca acontece um dia depois de o ministro de Portos e Aeroportos, Márcio França ter anunciado que o governo federal prepara um programa para vender passagens aéreas mais baratas para aposentados, funcionários públicos e estudantes.

França disse que o programa será voltado para quem ganha até R$ 6.800 e que a meta é ocupar lugares vagos nos avisões – o que pode permitir a compra do bilhete por R$ 200.

Na ocasião, o ministro disse que o plano está sendo montado, mas ainda precisa ser avaliado no governo. Segundo ele, Lula pediu mais passageiros e aeroportos no país, com mais voos de aviões de carreira, mas Lula parece não ter gostado muito do programa “minha passagem minha vida” proposto pelo ministro.

Essa não é a primeira vez que Lula demonstra desconforto com o fato de seus ministros estarem falando em público sem o aval do governo.

Na primeira semana no cargo, o presidente deu um puxão de orelha nos chefes das 37 pastas — só que agora ele foi ainda mais duro.

“Não queremos propostas de ministros, todas as propostas de ministros devem ser transformadas em propostas de governo”, disse Lula. Isso porque o petista não quer que ninguém tenha mais destaque que ele em seu governo.

Lula disse ainda que os ministros terão todo apoio do Executivo, inclusive dos ministros da Fazenda, Fernando Haddad, e do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, que “cuidam do caixa”, para que não ocorra erros.

“Se tiver que arriscar alguma coisa, a gente vai arriscar com viés de acerto acima de uns 80%, porque a gente também não pode correr risco de anunciar coisa que não vai acontecer”, afirmou.

“Minha sugestão para que as coisas fiquem bastante corretas, coesas e harmônicas, é que ninguém anuncie nada, absolutamente nada que seja novo, sem passar pela Casa Civil”, voltou a repetir.

Os casos que irritaram o presidente foram citados por ele durante a reunião, mas não foram tornados públicos.

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