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Justiça de SP decreta falência da Saraiva, que já foi a maior do país


Rede de livrarias acumulou dívida de R$ 675 milhões

A Justiça de São Paulo decretou a falência da rede de livrarias Saraiva. O pedido foi feito pela própria empresa, que já teve a maior rede de livrarias do país, em meio ao processo de recuperação judicial, por causa de uma dívida de R$ 675 milhões.

A Saraiva decretou autofalência, e foi atendida na última sexta-feira (6) pela 2ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais da Capital.

Na decisão, o juiz Paulo Furtado de Oliveira Filho indicou que foi descumprido o plano de recuperação judicial e determinou a suspensão de ações e execuções contra a empresa, além da apresentação da relação de credores.

– Embora formulado o pedido de autofalência, com a alegada apresentação de documentos exigidos pelo artigo 105, da Lei 11 101/2005 e o cumprimento dos demais requisitos legais, nos autos já há notícia de descumprimento do plano, o que determina, independentemente da vontade das devedoras, por força do artigo 73, IV, a convolação da recuperação em falência – decidiu o juiz.

A Livraria Saraiva já havia fechado as últimas lojas e demitido seus funcionários no dia 20 de setembro. A rede, que já foi a maior do Brasil, com cerca de 100 livrarias, está em recuperação judicial e ainda tinha cinco livrarias físicas. Eram quatro lojas no estado de São Paulo – na Praça da Sé, a segunda inaugurada pela empresa, ainda nos anos 70, e também no Shopping Aricanduva, no Jundiaí Shopping e no Novo Shopping (Ribeirão Preto) – e uma em Campo Grande (MS), no Shopping Boque dos Ipês.

Em 2018, a Saraiva fez seu primeiro movimento de fechamento de lojas. Foram 20 num mesmo dia, em outubro. Naquela ocasião, a rede ficou com 84 unidades e com o site. Um mês depois, ela entrou com pedido de recuperação judicial. A dívida revelada naquele momento era de R$ 674 milhões. Ao longo dos últimos anos, sem conseguir se reerguer, a Saraiva foi fechando mais lojas.

A história da Saraiva remete a 1914, quando o imigrante português Joaquim Ignácio da Fonseca Saraiva abriu uma pequena livraria de livros usados no Largo do Ouvidor, em São Paulo, perto da Faculdade de Direito do Largo São Francisco.

Era a Livraria Acadêmica, que acabou se especializando em obras jurídicas. Ainda naquela década, ele editou um primeiro livro, Casamento Civil. Pelos 30 anos seguintes, a livraria seguiu com foco no Direito, mas a editora passou a lançar também didáticos e obras gerais.

Em 1947, a empresa se transformou em sociedade anônima e passou a se chamar Saraiva S.A. – Livreiros Editores. Em 1972, a Saraiva virou uma companhia aberta.

O crescimento mais expressivo em número de livrarias ocorreu a partir da aquisição de 100% do controle acionário do Grupo Siciliano, em 2008. Foi quando a rede passou a ter mais de 100 lojas espalhadas pelo Brasil.

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