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Judeus nascidos no Brasil enfrentam o medo e conclamam manifestações semanais

Em meados de outubro, dias após o início da guerra entre Israel e o grupo terrorista Hamas, um judeu nascido no Brasil foi agredido na escadaria da Câmara Municipal no Rio de Janeiro, por militantes de extrema-esquerda do PCO, que protestavam em favor do Hamas. 

Após o episódio Marcos Dornelles(Patriarca Yohanan) e outro judeu brasileiro Thiago Lyra(Patriarca Yaaakov), decidiram fazer manifestações pro-Israel todas as quintas-feiras. O Aliados conversou com Lyra para entender o movimento.

“Conclamamos todos que apoiam o povo de Israel a se unirem a nós para manifestar seu apoio, as quintas-feiras, no cruzamento da Avenida Rio Branco com a Avenida Nilo Peçanha, com bandeiras e cartazes a partir das 17 horas, faça chuva, faça sol.”

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Lyra é brasileiro e se converteu ao judaísmo messiânico em 2013. Yakoov é o nome dele em hebraico. O nome eclesiástico, ou seja, nome escolhido para o serviço religioso. 

“Acreditamos que após tantos séculos de miscigenação todos carregam o sangue israelita em suas veias. Nós consideramos os ‘israelitas das tribos perdidas’ […] todos são israelitas e tudo é Israel.” 

Lyra e Dornelles fazem parte da Comunidade Livre de Israel, uma instituição que propaga a fé monoteísta israelita messiânica no Brasil e no mundo. 

“Nós nos solidarizamos com o direito de existência e autodefesa de Israel, com todos os nossos irmãos judeus do Brasil e do mundo e também com o povo palestino, que hoje sofre a opressão imposta pelas ações do grupo terrorista Hamas, uma organização financiada pelo Irã que não luta pelos palestinos, mas sim pela aniquilação do povo e do Estado de Israel.”

Lyra destacou a que a esquerda se apropriou da causa Palestina, como pauta política, para promover seu próprio interesse em aprofundar a divisão da sociedade brasileira.

“Neste momento, muitos dos nossos irmãos judeus não saem às ruas, no Brasil, usando a sua kipá — o nosso “chapeuzinho” — ou qualquer outra coisa que o identifique como judeu com medo de sofrer agressões verbais, físicas ou algo pior. Apesar disso, nós seguimos saindo as ruas não só usando nossas kipás, mas orgulhosamente levantando a bandeira de Israel em solidariedade a sua luta. Mesmo sendo hostilizados por alguns por isso, nos fica claro que a maioria das pessoas apoia a nossa causa.”

Thiago destacou ainda a ignorância de quem chama Israel de Estado nazista ou fascista e também demonstrou preocupação com o silêncio do sistema judiciário do Brasil em relação ao ódio fomentado contra os judeus.

“Meu temor é que este silêncio das instituições jurídicas brasileiras, frente a estas manifestações pró-Hamas, capitaneadas pelos partidos de esquerda, possam servir de incentivo para ações mais radicais e violentas contra a comunidade e judaica, e judaica messiânica no Brasil.”

Lyra que é secretário da Comunidade Livre de Israel destacou que não fala em nome da comunidade judaica e nem judaica messiânica, apenas da organização a qual pertence.