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Jacarezinho, Cidade de Deus, Rocinha e região da Leopoldina estão entre as partes da cidade do Rio com menos áreas de lazer

Favela da Rocinha. Foto: Daniel Martins/DIÁRIO DO RIO

Calculando o metro quadrado de área de lazer por habitante em bairros da cidade do Rio de Janeiro, é possível notar que áreas como Jacarezinho, Cidade de Deus, Rocinha, Penha, Ramos, Complexo do Alemão, Vigário Geral e outras estão entre as regiões que menos têm espaços dedicados a esse direito constitucional.

O Instituto Pereira Passos, da Prefeitura do Rio, mapeia a cidade através do documento digital intitulado Uso do Solo. Este material mostra cada uma das áreas de lazer do município. Foram esses dados que a reportagem do DIÁRIO DO RIO consultou.

De acordo com o Instituto “são áreas destinadas ao lazer, contemplativo, esportivo e cultural, como praças, parques, vilas olímpicas, clubes, complexos esportivos, temáticos, estádios, museus, bibliotecas, planetário, observatórios, centros culturais etc., ressaltando que as áreas verdes expressivas dentro de grandes parques públicos estão representadas nos seus respectivos temas relativos à vegetação”.

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Dados do Instituto Pereira Passos. Vale destacar que praias não entram na estatística, por isso Copacabana aparece entre os bairros com menos áreas de lazer.

Levar seus filhos para um parquinho ou ensiná-los a andar de bicicleta, sentar-se à sombra de uma árvore fugindo do calor carioca para ler um livro, ou conversar animadamente com seus vizinhos, ou mesmo fazer uma pequena caminhada: hábitos comuns em uma área de lazer de um bairro. Mas acredite que, no Rio de Janeiro, se você consegue fazer isto tudo é porque você é privilegiado“, afirma o geólogo Hugo Costa.

A Constituição Federal, em seus artigos 6º e 215, reconhece a todos os brasileiros o direito à cultura e ao lazer. Essas garantias visam assegurar uma melhor qualidade de vida e o pleno desenvolvimento pessoal e social dos cidadãos.

“É simbólico que os locais com menos áreas de lazer sejam favelas ou regiões negligenciadas por décadas pelo Poder Público. A falta desses espaços para diversão e descanso ocasiona em diversos outros fatores sociais que vemos em nossa cidade“, frisa a pesquisadora Ana de Souza.

Moradora da Cidade de Deus, a vendedora Marcela Lima fala sobre a dificuldade para encontrar espaços de lazer. “Nem nós, nem nossos filhos encontramos muitos lugares para esse tipo de diversão. Muitas vezes, temos que ir para outros bairros”.


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