Integrantes da União reconhecem que permanência de Juscelino Filho no cargo é delicada

Integrantes da ala da União Brasil que não embarcaram no governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) reconhecem que a permanência de Juscelino Filho (União-MA) no Ministério das Comunicações é delicada.

Por mais que enxerguem dedo do PT na fritura do neoaliado, essas lideranças reconhecem que Juscelino ajudou a cavar a própria cova quando aproveitou uma viagem em um avião da FAB (Força Aérea Brasileira) para participar de um leilão de cavalos.

Sua demissão, portanto, não causaria fissuras muito mais agudas das que hoje o governo já enfrenta com a dividida União Brasil. Como Juscelino não teria muita ascendência sobre a bancada, embora seja oficialmente indicação dela, os percalços em votações no Congresso não tendem a ser muito maiores do que os que já estão colocados.

Em caráter reservado, lembram que Juscelino não foi a primeira opção para o ministério. Foi o escolhido após o PT vetar o deputado Elmar Nascimento (BA) e depois de o deputado Paulo Azi (BA) e a senadora Professora Dorinha Seabra (TO) terem recusado as sondagens. O ministro teria sido escolhido do chamado baixo clero do partido e o episódio seria um exemplo de que ele não estaria à altura do cargo.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse nesta quinta-feira (2) que conversará com o ministro das Comunicações, Juscelino Filho (União Brasil-MA), e que ele deixará o governo se não conseguir provar sua inocência.

O titular da pasta recebeu diárias do governo federal por dias sem agenda de trabalho em São Paulo, São Luís e até no exterior. Até o momento, o total de diárias recebidas por Juscelino em duas viagens internacionais —a Portugal e Espanha— soma R$ 34,2 mil.

Também na quinta, o ministro anunciou ter devolvido o valor das diárias recebidas nas viagens domésticas.

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