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HIV: quais hospitais contrataram laboratório que infectou pacientes

Interditado após seis pacientes se contaminarem por órgãos com HIV, o laboratório PCS Lab Saleme possui R$ 21,4 milhões em contratos em aberto com o Governo do Rio de Janeiro. Um deles é para um hospital e outros são para serviços em Unidades de Pronto Atendimento (UPAs). Os dados constam no Portal da Transparência do estado.

Todos os seis contratos foram firmados com a Fundação de Saúde do Rio de Janeiro (FSERJ). O maior tem um valor de R$ 15,4 milhões e foi feito através de pregão eletrônico, em novembro de 2023. Ele prevê a prestação de serviços de patologia clínica e anatomia patológica, mas sem local específico. Até o momento, R$ 244 mil foram empenhados.

Os demais contratos foram firmados através de dispensa de licitação. Um deles, no valor de R$ 3,8 milhões, prevê a realização de exames de análises clínicas e de anatomia patológica para o Hospital Estadual Ricardo Cruz Hercruz. Do total contratado em outubro de 2023, o Governo do Rio empenhou pouco mais de R$ 1 milhão.

Em fevereiro de 2023, a gestão estadual assinou quatro contratos com a PCS Lab Saleme no mesmo dia, todos com valor de aproximadamente R$ 540 mil. Eles preveem serviços de exames laboratoriais para uma UPA em Bangu, uma em Realengo e duas em Campo Grande. O valor empenhado, em todos eles, gira em torno de R$ 630 mil.

Clínica deveria testar órgãos transplantados com HIV

Seis casos de pacientes que receberam órgãos infectados pelo vírus HIV foram confirmados pela Secretaria Estadual de Saúde do Rio de Janeiro (SES-RJ). A Anvisa e o Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) investigam a situação.

Os doadores de órgãos realizaram testes de sangue na empresa PCS Laboratórios, localizada em Nova Iguaçu (RJ). A Anvisa foi ao local e descobriu que a unidade não possuía os kits necessários para a realização dos testes de sangue.

Os exames de sangue dos doadores de órgãos apresentaram resultados falsos negativos para o vírus. Na última sexta-feira (11/10), a secretária estadual de saúde do Rio de Janeiro, Cláudia Mello, informou que “esta é uma situação sem precedentes”.

O que diz o PCS Lab

O laboratório PCS Lab abriu sindicância interna para apurar as responsabilidades do caso envolvendo diagnósticos de HIV em pacientes transplantados ocorridos no Estado do Rio de Janeiro. Trata-se de um episódio sem precedentes na história da empresa, que atua no mercado desde 1969.

O laboratório informou à Central Estadual de Transplantes os resultados de todos os exames de HIV realizados em amostras de sangue de doadores de órgãos entre 1º de dezembro de 2023 e 12 de setembro de 2024, período em que prestou serviços à Fundação de Saúde do Governo do Estado. Nesses procedimentos foram utilizados os kits de diagnóstico recomendados pelo Ministério da Saúde e pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

O PCS Lab dará suporte médico e psicológico aos pacientes infectados com HIV e seus familiares; e reitera que está à disposição das autoridades policiais, sanitárias e de classe que investigam o caso.

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