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Grupo de refugiados da Venezuela envia carta à imprensa do Brasil, com pedido ao TSE

A Rede de Venezuelanos no Brasil (Redeven), que reúne lideranças da comunidade venezuelana migrante e de refugiados, enviou uma carta à imprensa brasileira nesta sexta-feira, 26. No comunicado, o grupo lamenta a decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) de não enviar uma comissão técnica para observar as eleições do próximo domingo, 28, na Venezuela.

“Nós, membros e lideranças da comunidade venezuelana migrante e refugiada no Brasil, composta por mais de 550 mil pessoas em todo o território nacional, expressamos a nossa preocupação pela decisão do Tribunal Superior Eleitoral em não enviar uma comissão técnica para observar as eleições deste domingo”, informa a carta da Redeven.

O grupo de refugiados destacou que as eleições da Venezuela “estão sendo realizadas em um clima hostil, alheio aos conceitos básicos de democracia, participação cidadã e respeito”. Eles criticaram as falas do ditador venezuelano, Nicolás Maduro, sobre o processo eleitoral brasileiro.

A Redeven também lembrou que protocolou uma solicitação formal para solicitar à presidente do TSE, Cármen Lúcia, a reconsideração da decisão. Segundo o grupo, 19 organizações ligadas aos refugiados venezuelanos assinaram a carta.

“Em prol de uma América Latina democrática e pacífica, e considerando a relevância do Brasil”, afirma a carta. “Consideramos de extrema importância a participação do TSE e um envolvimento ativo do poder público brasileiro nestas eleições venezuelanas como um dos garantes da democracia e da paz.”

Redeven defende democracia na Venezuela

A Redeven comentou a necessidade da democracia para garantir uma paz regional. O grupo também mostrou preocupação sobre a possibilidade de as eleições de domingo não respeitarem os princípios básicos de eleições justas e transparentes.

“Se a democracia não for respeitada, o fluxo migratório regional de venezuelanos para outros países vizinhos, incluindo o Brasil, pode aumentar substancialmente”, lembrou a Redeven. “Uma oportunidade no longo prazo, mas também um desafio no curto e médio prazo considerando que o fluxo pode atingir níveis muito superiores aos observados nos últimos anos.”

Durante um pronunciamento, na noite de quarta-feira 17, o ditador Nicolás Maduro, subiu o tom da campanha presidencial.

“No dia 28 de julho, se não querem que a Venezuela caia num banho de sangue”, disse Maudro. “Numa guerra civil fratricida como resultado dos fascistas, garantamos o maior sucesso, a maior vitória na história eleitoral do nosso povo.”