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Governo ainda não desistiu de leilão de arroz, diz Paulo Teixeira

O ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, afirmou que um leilão para a importação de arroz não está descartado pelo governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Ele argumenta que a compra do grão no exterior pode conter a alta dos preços, sobretudo nos estados do Norte e do Nordeste, ainda que os produtores brasileiros tenham garantido preços baixos.

– Os produtores garantiram preços baixos, mas estamos com uma pesquisa em todas as capitais, que indicam preços altos. Essa realidade está se estendendo muito. O governo não retirou de seu radar a decisão de fazer o leilão – disse em entrevista ao jornal O Globo, nesta quarta-feira (10).

 Nosso sentimento é que não houve recuo de preços, embora os produtores tenham afirmado que não sofreram perdas com as enchentes – continuou, em referência às cheias registradas no Rio Grande do Sul, maior estado produtor de arroz no Brasil.

As declarações de Paulo Teixeira, no entanto, divergem das falas do ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, acerca do tema.

Na última semana, Fávaro indicou que o governo Lula havia desistido de fazer um novo leilão para importar arroz. Ele reconheceu os “problemas” dos certames anteriores, e avaliou que os preços do arroz já normalizaram.

– Tivemos problemas, é fato, nós cancelamos esses leilões. Mas o fato real é que, com a sinalização de disponibilidade do governo de comprar arroz importado e abastecer o mercado brasileiro, além da volta da normalidade em estradas, os preços do arroz já cederam e voltamos aos preços normais – declarou ele em entrevista à Globonews.

Fávaro não chegou a ser taxativo sobre a desistência, dizendo se tratar de sua “avaliação” e que era “por ora”. Ao que tudo indica, a avaliação do titular da Agricultura teve validade de uma semana.

O governo Lula anunciou que importaria arroz após as enchentes no Rio Grande do Sul. Entretanto, 80% da produção já havia sido recolhida, e entidades do setor reiteraram que não era necessário importar. A gestão petista insistiu na ideia, mas acabou tendo dois de seus leilões suspensos, o segundo deles por indícios de fraude.