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Frequentadores reclamam de decadência e abandono do Clube Federal, no Alto Leblon

Wikimapia / Denis Gahyva

Fundado em 1970, em uma área de 12 mil metros quadrados, no Alto Leblon, local nobilíssimo do bairro, o Clube Federal do Rio de Janeiro sempre recebeu em suas dependências a nata da Zona Sul carioca nas suas mais diversas celebrações, tendo como prêmio boa estrutura, bom atendimento, vista privilegiada e acesso, também privilegiado e discreto, por meio da Rua Timóteo da Costa, no coração do Leblon. Um verdadeiro ponto de encontro.

Ao longo do tempo, o equipamento, que é rodeado por prédios de alto padrão, passou a sofrer as consequências da diminuição do uso dos clubes pelos cariocas, e teria chegado a infringir normas relacionadas à preservação ambiental. Em 2009, a Prefeitura do Rio, chefiada por Eduardo Paes, chegou a anunciar a derrubada de parte do clube, através da Secretaria Municipal de Meio Ambiente, alegando que a instituição construiu varanda, quadras de tênis, de vôlei e de basquete, além do departamento de ginástica e vestiários, em área de preservação do Parque Natural Municipal do Penhascos Dois Irmãos. Na ocasião, foram dados 20 dias para que a administração desocupasse o lugar sob pena de sofrer sanções previstas da Lei de Crimes Ambientais.

Em 2010, um garoto de 12 anos que jogava bola na quadra de grama sintética foi atingido na cabeça por uma bala perdida. Na época, as investigações policiais descobriram que Hugo Ronca Cavalcanti teria sido atingido por um projétil de pistola calibre 45, que já foi de uso exclusivo das Forças Armadas. A bala, segundo a polícia, poderia ter partido de algum dos prédios locais, ou mesma das favelas que cercam o Federal do Leblon. O menino faleceu uma semana depois de dar entrada no Hospital Municipal Miguel Couto.

O trágico incidente chocou moradores e frequentadores do Federal, que, em meados nos anos 2000, chegou a ser tombado pelo patrimônio cultural, esportivo e paisagístico do Estado do Rio. Apesar de fazer parte da tradição da cidade, com suas piscinas, saunas, academia, quadras, além de salões de jogos e festas, há tempos o clube do Alto Leblon vem registrando um visível declínio e descaso na sua administração que, desde 2005, está nas mãos de Jorge Luiz de Sá, que não estaria conseguindo manter o clube ativo e organizado como no passado, segundo relatos de frequentadores ao DIÁRIO DO DO RIO.

Em 2010, um internauta relatou no Foursquare: “A natação é ótima e tem preço bom! A aula de tênis é cara. Tem um salão lá dentro que para quem mora no alto Leblon quebra maior galho. O clube merecia ser revitalizado, está meio abandonado”.

No ano seguinte, uma internauta também comentou na mesma mídia: “O salão é maravilhoso! As profissionais são ótimas, só corto meu cabelo aqui! O clube no geral é bem abandonado!”.

A percepção de abandono, no entanto perdurou e aumentou na última década, com usuários das instalações reclamando crescentemente da má conservação dos espaços. O esvaziamento, no entanto, é o que mais choca os frequentadores, que ficam chocados com o deserto das áreas comuns. A má conservação também foi um dos problemas apontados ao DDR. O parquinho infantil, por exemplo, conta com poucos brinquedos, ainda por cima desgastados. “Qual criança quer brincar em uma área tão pobre e deserto?”, perguntou uma leitora do jornal, que se ressente de ver o Clube Federal do Rio sem a sua aura de alegria e glamour do passado.

Há quem tema a especulação imobiliária, que andaria de olho em diversos clubes, tombados e em mau estado de conservação ou sofrendo com a falta de uso ou pagamento por seus sócios proprietários, em que pese haja legislação tombando a maior parte deles.

Outrora concorrido e badalado, Clube Federal do Rio de Janeiro perdeu o vigor e a capacidade de atrair eventos sociais importantes, ou até mesmo simples reuniões de amigos e familiares. Amplos espaços vazios são a tônica do lugar. “Está limpo, mas parou no tempo”, disse um frequentador ao DIÁRIO DO RIO.

Com informações do Extra.

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