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Foro de S. Paulo, 32 anos: que importância os políticos do país dão à organização de esquerda

O Foro de São Paulo, agrupamento de partidos de esquerda da América Latina, celebrou 30 anos em uma live, no último dia 28, com a presença de representantes do PT e dos governos ditatoriais de Cuba, Venezuela e Nicarágua. A transmissão gerou pouca repercussão: não foi divulgada e nem comentada pela presidente do PT, a deputada Gleisi Hoffmann (PR), e tampouco citada pelo presidente Jair Bolsonaro e seus filhos, que até ano passado mencionavam habitualmente o Foro como um inimigo a ser combatido.

A transmissão ao vivo e seu pequeno impacto exemplificam o status do Foro nos dias atuais. A entidade, criada pelo ex-presidente do Brasil Luiz Inácio Lula da Silva e pelo ditador cubano Fidel Castro em 1990, entrou em definitivo no centro do debate político nacional nos últimos anos, com a ascensão das forças conservadoras e de direita.

O escritor Olavo de Carvalho define o grupo com o “inimigo número 1” do Brasil e diz que sua influência foi mascarada durante anos. “O Foro de São Paulo foi escondido pela mídia nacional durante 16 anos, foi a maior fraude jornalística da história humana”, disse Olavo em entrevista à BBC Brasil em maio.

O Foro de hoje não é, entretanto, uma entidade secreta. A reunião transmitida via Youtube com lideranças de vários países se soma a um website acessível a qualquer internauta e a menções frequentes à entidade nas páginas de partidos brasileiros como PT, PSB e PCdoB.

O que se pode definir como imprecisa é a real importância e influência do Foro de São Paulo na política brasileira. Entre apoiadores e opositores da esquerda nacional se encontram opiniões distintas: para alguns, o Foro é um agrupamento de peso que deve ser respeitado (ou combatido), e para outros não passa de um símbolo de ideologias que ficaram no passado.

De todo modo, os holofotes destinados ao Foro neste ano de 2020 são no mínimo menores do que os enviados ao grupo em anos recentes, quando se fortaleceu o grupo político hoje no poder do Brasil. As redes sociais de Jair Bolsonaro são um indicativo – o Foro de São Paulo foi mencionado pelo presidente em seu perfil no Twitter seis vezes ao longo de 2019, e apenas uma em 2020. Os filhos Flávio, Eduardo e Carlos também têm abordado a instituição com menos interesse neste ano.

gazeta do povo

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