Estados Unidos derruba o suposto balão espião chinês

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden (foto), deu uma ordem para que o balão espião chinês fosse derrubado neste sábado, (4). O pedido foi cumprido e o equipamento, que pesa 400 quilos, caiu no Oceano Atlântico, perto da costa do estado da Carolina do Norte.

Não se sabe ainda qual foi o método utilizado para acertar o balão. Uma testemunha afirmou que viu vários caças em volta do equipamento, até que um míssil foi disparado.

A ação americana deve criar mais atritos na relação entre os Estados Unidos e a China. Na sexta (3), o secretário de Estado americano, Antony Blinken, adiou uma viagem para Pequim após tomar conhecimento do balão.

Neste sábado, (4), o Pentágono anunciou que um segundo balão espião chinês está sobrevoando a América Latina.

Entenda sobre o balão

O suposto balão espião chinês estava sobrevoando o território dos Estados Unidos, sob estreita vigilância do Departamento de Defesa, disseram autoridades americanas na quinta-feira (2).

A revelação provocou uma nova onda de tensões entre Pequim e Washington, pouco antes da viagem do secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, à China, que acabou sendo adiada.

O balão tinha o tamanho de três ônibus e segundo um oficial americano o objeto “viajou em uma altitude bem acima do tráfego aéreo comercial e não representa uma ameaça física ou militar para as pessoas no solo”.

“Acreditamos com confiança que este balão de vigilância de alta altitude pertence [à República Popular da China]”, disse outro alto funcionário da defesa. “Instâncias dessa atividade foram observadas nos últimos anos, mesmo antes deste governo.”

Por que o balão não foi derrubado antes?

Autoridades militares de alto escalão aconselharam o presidente dos EUA, Joe Biden, a não derrubá-lo por medo de que os destroços possam representar uma ameaça à segurança das pessoas no solo, disse o oficial de defesa.

“Por que não abatê-lo? Temos que avaliar a relação risco-recompensa”, explicou um alto funcionário da defesa na quinta-feira. “Portanto, a primeira pergunta é: isso representa uma ameaça, uma ameaça física, para as pessoas em território nacional dos Estados Unidos? Nossa avaliação é não. Isso representa uma ameaça para a aviação civil? Nossa avaliação é não. Representa uma ameaça significativamente maior aos serviços de inteligência? Nossa melhor avaliação neste momento é não.”

O funcionário explicou: “Avaliamos o risco de derrubá-lo, e embora a probabilidade de destroços caírem e ferir alguém ou danificar a propriedade seja baixa em uma região pouco povoada área, não valia a pena”.

No entanto, os Estados Unidos estão “tomando medidas para se proteger contra a coleta de informações confidenciais por inteligência estrangeira. Também estamos rastreando as habilidades que o balão pode ter para obter informações e continuamos monitorando o balão”.