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Em um ano, mais de 600 crianças e adolescentes foram baleados no Rio de Janeiro

Uma em cada três crianças ou adolescentes foi vítima de disparos de arma de fogo na região metropolitana do Rio de Janeiro nos últimos sete anos. O que dá, em média, um baleado a cada 4 dias. É o que revela um levantamento inédito do Instituto Fogo Cruzado, divulgado na sexta-feira (11). 

Foram mais de 600 crianças e adolescentes baleados entre julho de 2016 e julho de 2023, com 267 mortos e 334 feridos. Quase a metade do total de  casos, 48%, ocorreu durante uma ação policial, sendo que 78% ou 468 são adolescentes. Desses, 231 morreram. 

As crianças somam 133 registros, 36 delas não resistiram aos ferimentos. Para alguns jovens nem mesmo a casa ou a escola é um lugar seguro. 

O levantamento mostra que ao menos 63 crianças e adolescentes foram baleados quando estavam dentro de casa, com 12 atingidos por tiros dentro de unidades de ensino e um deles morreu. Outras sete vítimas foram baleadas no trajeto de ida ou volta para a escola.   

Maria Isabel Couto, diretora de Dados e Transparência do Instituto Fogo Cruzado, afirma que os casos não são isolados e que é inaceitável a normalização dessas estatísticas.  

Os casos mais recentes ocorreram nas últimas semanas. O menino Thiago Menezes Flausino, de 13 anos, foi morto a tiros durante operação do Batalhão de Choque, tropa de elite da Polícia Militar do estado, na Cidade de Deus, zona oeste

Já o adolescente Wendell Eduardo de Almeida, de 17 anos, e Eloah da Silva Santos, de 5 anos, morreram durante uma operação da PM no Morro do Dendê, na Ilha do Governador. 

O Fogo Cruzado lançou a plataforma online Futuro Exterminado, que reúne informações sobre cada criança e adolescente que foi vítima de violência armada no Grande Rio desde julho de 2016. 

O mapa interativo vai receber atualizações periódicas, tanto dos dados gerais quanto das informações das vítimas.  

Em nota divulgada pela reportagem Agência Brasil, a Secretaria de Estado de Polícia Militar informou que as ações da corporação são pautadas por informações de inteligência e planejamento prévio e que houve queda de 12,3% no número de mortes por intervenção de agentes do Estado, no comparativo do primeiro semestre do ano com o mesmo período de 2022. 

Já a Secretaria de Estado de Polícia Civil afirmou que atua com base na inteligência, investigação e ação, e em dados oficiais do Instituto de Segurança Pública. E que desconhece a metodologia utilizada para o mapeamento divulgado pelo Instituto Fogo Cruzado.  

*Da EBC com edição da Agência Fonte Exclusiva. Compartilhe este artigo do Diário da Guanabara, o melhor site de notícias do Rio de Janeiro.

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