Eduardo Paes e seu muito pouco caso com o servidor público

A pergunta dos colegas que mais tenho recebido nos últimos dias nas minhas listas de mensagens é: “Sá, já temos a data do pagamento da remuneração do mês de julho?”

Minha resposta até hoje, 1/8, tem sido negativa, pois, infelizmente, apesar de os contracheques dos ativos do Poder Executivo e dos inativos, referentes a julho, já estarem disponíveis na internet, desde o dia 28/7, o senhor Prefeito ainda não se dignou a publicar o tradicional Decreto sobre o calendário de Pagamento dos Servidores Públicos Ativos, Inativos e Pensionistas da Administração Direta e Indireta do Município do Rio de Janeiro, para o segundo semestre deste ano.

Em geral, o Decreto sobre o assunto é publicado mais de 20 dias antes do dia do pagamento referente ao primeiro mês do semestre correspondente.

Por exemplo, o Decreto RIO nº 53.864, de 28 de dezembro de 2023, que dispôs sobre o calendário de Pagamento dos Servidores Públicos Ativos, Inativos e Pensionistas da Administração Direta e Indireta do Município do Rio de Janeiro para os meses do primeiro semestre deste ano, foi publicado um pouco mais de 30 dias antes do primeiro dia de pagamento nele estipulado.

Já o Decreto RIO nº 53.053, de 14 de agosto de 2023, que dispôs sobre o calendário de Pagamento dos Servidores para os meses do segundo semestre do ano passado, foi publicado um pouco mais de 20 dias antes do primeiro dia de pagamento nele estipulado.

No entanto, o Decreto para os pagamentos neste semestre não foi publicado até hoje, dia 1/8.

Os servidores esperam, ansiosamente, que o pagamento do mês de julho, mesmo sem a publicação do Decreto sobre o assunto, seja feito no dia 2/8, que é o segundo dia útil do mês. Como o senhor Prefeito sempre fala, ele restabeleceu esse dia como o dia do pagamento das remunerações dos servidores.

Mas a preocupação entre os servidores existe, tendo em vista que o senhor Prefeito Eduardo “Mãos de Tesoura” Paes não costuma cumprir seus compromissos com os servidores, como já demostrei em alguns artigos publicados neste Diário do Rio, em particular os dois abaixo:

1) Eduardo “Mãos de Tesoura”: Paes não cumpre Compromissos com servidores
2) Mais maldades do Eduardo “Mãos de Tesoura” Paes contra os servidores

Provavelmente, para não ter publicado o Decreto em tela, o senhor Prefeito deve estar sem tempo, pois estaria mais preocupado em buscar apoios para sua reeleição do que com a tranquilidade dos servidores municipais no que se refere ao pagamento de suas remunerações de julho.

Na realidade, não se trata de busca de apoio para a reeleição do Eduardo Paes e sim para eleição de outro Eduardo para a Prefeitura. O Eduardo Cavaliere.

Isso porque já se sabe que o senhor Prefeito deverá abandonar a prefeitura depois de menos de um ano e meio para se candidatar a governador em 2026, rumo a uma futura campanha para sua eleição para Presidente da República, cargo para o qual ele deve se achar predestinado.

Como dizia, revirando seus olhos, no final de seus esquetes, a saudosa atriz e humorista Zezé Macedo, a Dona Bela, da Escolinha do Professor Raimundo, ele SÓ PENSA NAQUILO !

Pensando num diálogo fictício, podemos até imaginar a cena de um assessor, com a minuta do Decreto em tela em mãos, para ser assinado, chegando na porta do gabinete do Prefeito, no qual ele está negociando os apoios eleitorais, e este responde com o seu tradicional jeito agressivo contra subordinado que ele acha que está lhe atrapalhando e diz:

 “Volte depois, (….). Os servidores que fiquem sem o Decreto sobre o dia do pagamento, pois esta minha reunião de negociação eleitoral é o que é mais importante agora. Ah, aproveite e leve esta lista com nomes de pessoas para serem nomeadas na Prefeitura, pois foram sugeridos agora nesta reunião. “

Por fim, antes que algum apoiador do Prefeito queira reclamar da parte final do diálogo fictício acima, relembro que O Globo informou que, em agosto de 2022, o RJ1 flagrou quatro pessoas, com cargos na capital e salários de até R$ 28 mil – a maior parte paga pelo gabinete de Paes -, atuando, em outra cidade, Nilópolis, na Baixada Fluminense, na campanha de Jorge Henrique Nunes, o Dedinho, do PSD, que é o partido do Prefeito.

Poucos funcionários concursados da prefeitura recebem a remuneração que o gabinete do Prefeito pagava para aqueles fantasmas ligados a político de seu partido. Mas, mesmo assim, o senhor Prefeito ainda tem a desfaçatez de dizer à la TiK Tok que valoriza os funcionários públicos.

Fala sério! Só se forem os funcionários fantasmas.