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Debate em Fortaleza tem provocações entre candidatos e expõe briga na esquerda

O último debate dos postulantes à Prefeitura de Fortaleza antes do primeiro turno, nesta quinta-feira (3), foi marcado por provocações entre os candidatos, expondo a briga entre a esquerda do estado, fruto do rompimento do PT e PDT no Ceará em 2022.

Evandro Leitão (PT), que é apoiado pelo presidente Lula (PT), pelo governador Elmano de Freitas (PT) e pelo ministro da Educação, Camilo Santana (PT), foi o principal alvo de ataques ao longo da noite. Os momentos mais agudos foram em embates com o prefeito e candidato à reeleição, José Sarto (PDT), de quem já foi aliado no passado —ele deixou o PDT em dezembro para se filiar ao PT.

Num momento, chamou Leitão de “despreparado”, “almofadinha” e “candidato nutella”, além de dizer que ele dependia de “muletas”, em referência a seus padrinhos políticos.

“Leitão não é Lula. Lula está lá em Brasília. Veja o que aconteceu há dois anos, quando diziam que o Ceará seria três vezes mais forte e elegeram o governador, que é um poste. Você não vai votar no Lula quando votar, você vai votar no prefeito”, disse.

Em outro momento, afirmou que a “incompetência do PT do Ceará” é responsável pelo aumento, entre outras coisas, da criminalidade no estado.

O petista, por sua vez, disse que Sarto “está desesperado, porque está caindo cada vez mais nas pesquisas” e enalteceu a parceria entre governo estadual e o Executivo. “A arrogância precede a queda, você como prefeito está sendo péssimo, um dos mais mal avaliados do Brasil”, disse.

Ele também atacou o prefeito citando mais de uma vez a taxa do lixo, medida impopular sancionada em 2023.

A três dias para o primeiro turno, a disputa está indefinida, com quatro candidatos com chances de avançar no pleito. Segundo pesquisa Datafolha divulgada na semana passada, André Fernandes (PL) tem 27% das intenções de voto, Evandro Leitão, 25%, Capitão Wagner (União Brasil), 17%, e José Sarto, 15%. A margem de erro do levantamento, contratado pelo jornal O Povo, é de três pontos para mais ou para menos.

Também participaram do evento nesta quinta, promovido pela TV Verdes Mares, afiliada da Rede Globo, os candidatos Técio Nunes (PSOL) e George Lima (Solidariedade). Foram quase 20 pedidos de direito de respostas ao longo do evento —sendo Leitão responsável por quase metade deles. Os principais temas debatidos foram segurança e saúde.

Desde o começo da campanha, a estratégia da equipe de Leitão é associar a ele a figura de Lula e Camilo, já que ele tinha alto índice de desconhecimento na população. Essa aliança também foi criticada por outros candidatos, como Capitão Wagner, que disse que a “hegemonia” do partido, caso o petista seja eleito, “é extremamente perigosa para a democracia”.

André Fernandes disse ainda que Leitão não poderia criticar a gestão de Sarto, porque ele “tem parcela de culpa”, já que foram aliados no passado.

Outro padrinho político lembrado rapidamente no debate foi o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que apoia Fernandes, pelos candidatos do PSOL, do PDT, do Solidariedade e do PT.

Em três ocasiões, o bolsonarista foi chamado de “filhote de Bolsonaro”. Na outra, acusado de esconder o ex-presidente de sua campanha pela rejeição de Bolsonaro no estado. Fernandes, por sua vez, não rebateu nenhuma das declarações e não citou nominalmente o padrinho político.

O candidato do PL também foi alvo. Sarto o chamou, por exemplo, de “candidato do gabinete de ódio e da violência contra as mulheres”. Wagner, por sua vez, disse, sem citá-lo nominalmente, que a cidade não merecia embarcar em “aventuras”.

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