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Debate em BH tem críticas a prefeito, duelo na direita e discussão sobre ditadura

O último debate entre os candidatos à Prefeitura de Belo Horizonte, realizado nesta quinta-feira (3), foi marcado por críticas à gestão do atual prefeito, Fuad Noman (PSD), que não participou de 4 dos 7 encontros promovidos entre os postulantes.

Estiveram entre os temas criticados no debate realizado pela TV Globo o transporte público, o número de médicos em unidades de saúde, a falta de vagas nas creches e a limpeza da Lagoa da Pampulha, cartão-postal da cidade.

O prefeito repetiu um discurso veiculado em suas propagandas de TV e rádio, de que os ataques não são direcionados a ele, mas sim à cidade.

“Hoje, 86% da população quer ficar aqui. Se o que estão falando fosse verdade, as pessoas teriam mudado. BH não é essa bagunça que estão falando, amamos a cidade e não podemos deixar que falem tão mal dela assim”, disse.

No primeiro bloco, em pergunta à deputada federal Duda Salabert (PDT), Fuad fez um gesto para o setor da esquerda ao criticar projetos de lei apresentados pelo deputado estadual Bruno Engler (PL) na Assembleia Legislativa, que o prefeito caracterizou como transfóbicos.

Fuad, que está empatado com Engler e com o apresentador de TV Mauro Tramonte (Republicanos) na liderança da última pesquisa Datafolha, tenta atrair um “voto útil” da esquerda ao afirmar que as outras duas candidaturas são de direita e não teriam diálogo com o presidente Lula (PT).

Salabert, ao direcionar pergunta ao prefeito, questionou sobre a passagem dele no 12º batalhão do Exército no período da ditadura militar. Ela citou relatório da Comissão da Verdade para afirmar que o local concentrou os casos de tortura e crueldade em BH e questionou se Fuad se arrepende daquele período.

Fuad afirmou que trabalhou em diversas áreas do batalhão e que nunca participou nem viu tortura no local. Também caracterizou a ditadura militar como uma “revolução”, fato destacado por Salabert.

“É trágico o prefeito de uma das cidades mais importantes do Brasil relativizar uma ditadura militar, dizendo que houve uma revolução e não golpe”, disse a deputada.

Ainda no primeiro bloco, houve um duelo entre o prefeito e o presidente da Câmara Municipal, Gabriel (MDB) —antigos rivais— acerca do transporte público. Em resposta à pergunta de Rogério Correia (PT), Gabriel chamou Fuad de “prefeito ausente” e disse que ele recebe doações de campanha de empresários de ônibus.

Em direito de resposta, o prefeito disse que as doações citadas aconteceram em um jantar de adesão promovido por sua campanha cujo convite teria custado R$ 35 mil e questionou doações recebidas pelo rival do setor de construção civil. Gabriel, também em direito de resposta, afirmou que empresas de ônibus participam de uma concessão pública da prefeitura.

Em outro momento do debate, o senador licenciado Carlos Viana (Podemos) chamou Engler de um representante da direita da Idade Média e questionou se ele se vacinou contra a Covid-19.

O candidato apoiado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) disse que não tomou os imunizantes contra o coronavírus, mas afirmou que disponibilizaria todos os imunizantes à população. Além disso, criticou Viana, que era aliado de Bolsonaro até rachar com o ex-presidente na campanha de 2022, ao chamá-lo de papagaio da esquerda.

O segundo bloco foi marcado por um embate entre Correia, que é o candidato de Lula, e Engler.

“O telespectador pode ver que ele é desequilibrado, quando não toma cloroquina vem xingar as pessoas”, disse Correia, após Engler se referir a Lula como corrupto e ladrão.

“Quem tem fama de usar uma substância que rima com cloroquina não sou eu, é o senhor”, disse Engler, ao fazer um gesto passando o dedo sobre o nariz.

Em direito de resposta, Correia afirmou que Engler mente e repete estratégia do candidato à Prefeitura de São Paulo, Pablo Marçal (PRTB), adicionando ainda que Engler seria processado.

O candidato do PT também protagonizou um duelo com Mauro Tramonte, ao ligar ao candidato a imagem do governador Romeu Zema (Novo), seu apoiador, e questionar o apresentador se ele privatizaria os serviços públicos da capital.

Tramonte respondeu que o debate deveria se concentrar nos problemas da capital mineira. “Eu não vou privatizar nada, eu quero ajudar o povo pobre”, disse.

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