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Dani Monteiro: Quem mandou matar Marielle Franco? Por quê?

Foto: Arquivo pessoal

A pergunta nunca quis calar. Afinal, quem mandou matar Marielle Franco, vereadora eleita e em exercício no cargo, no Rio de Janeiro? Faz mais de cinco anos daquela noite em que ficamos atônitos, palavra que (talvez) resuma o que sentimos quando saímos da Casa das Pretas e recebemos, pouco depois, a notícia. O assombro que nos tomou serviu também para que tivéssemos a convicção de que algo, definitivamente, vai muito mal na disputa política e por território em nosso estado.

A vereadora Marielle Franco (PSOL), de 38 anos, foi assassinada na noite do dia 14 de março, dentro de seu carro, no Estácio, na região norte do Rio, atingida por quatro disparos no rosto, esses eram os textos que tomaram as manchetes dos jornais. O seu motorista, Anderson Gomes, também foi alvejado e morreu antes que o socorro chegasse. Marielle, para quem ainda não sabe, foi a quinta vereadora mais votada do Rio nas eleições de 2016 e, até agora, mais de cinco anos depois do crime, não foram identificados os mandantes da emboscada fatal.

Certa vez, ao longo desses anos de silêncio e reviravoltas das investigações e da evidente falta de respostas, eu disse, durante uma entrevista, que aqueles que mandaram matar uma mulher preta no exercício do seu mandato pensaram que, certamente, “ninguém ia se importar”. Os 13 disparos na direção do carro em que estavam Marielle e Anderson ecoaram mais longe do que eles conseguiram prever: o crime bárbaro abalou o país e repercutiu mundo afora.

Esta semana, no entanto, veio um duplo sopro de esperança, na medida em que queremos chegar aos mandantes do crime. Hoje, dia em que Marielle completaria 44 anos, saber quem são e por quê fizeram o que fizeram, talvez ajude a apaziguar um tanto da dor que ainda sentem os seus pais, a sua filha, a sua viúva, os seus amigos e os seus companheiros de luta por garantia de direitos humanos para todos.

“Não sou livre enquanto outra mulher for prisioneira, mesmo que as correntes dela sejam diferentes das minhas”, disse ela, em seu último evento, poucos minutos antes de sua morte ainda inexplicada. A quem interessaria, afinal, em pleno ano eleitoral, a morte da vereadora que poderia, inclusive, sair candidata ao Senado? Que a Polícia Federal, finalmente, nos dê essa resposta.


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